Tambaqui do Vale do Jamari conquista selo de indicação de procedência
Aquicultura

Tambaqui do Vale do Jamari conquista selo de indicação de procedência

Região de produção de tambaqui em Rondônia compreende 11 municípios e agora poderá usar o selo nas comercializações

17 de agosto de 2023

Apesar dos desafios produtivos, 2023 tem sido um ano muito positivo para a imagem do tambaqui produzido em cativeiro no Brasil. Depois de receber o prêmio de inovação em food service na Seafood Expo North America, em março, o tambaqui produzido no Vale do Jamari, em Rondônia, recebeu, em 15 de agosto, o reconhecimento da primeira Indicação Geográfica (IG), na espécie Indicação de Procedência (IP) para o Colossoma macropomum in natura e processado.

Os produtores de tambaqui localizado no Vale do Jamari produziram, no ano de 2019, o equivalente a 50% das cerca de 40 toneladas de tambaqui produzidas no Estado de Rondônia. Em 2020, esse percentual chegou a 60% do total de tambaqui (“in natura” e processado) produzido no Estado. O tambaqui produzido no Vale do Jamari abastece todo o mercado nacional, em sua maioria nos estados do Amazonas, São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro e Goiás, com uma pequena porção destinada à importação. 

IP Vale do Jamari

O pedido havia sido feito em junho de 2022 pelos produtores de  11 municípios, totalizando uma área de 38.049 km², no estado de Rondônia: Alto Paraíso, Ariquemes, Buritis, Cacaulândia, Campo Novo de Rondônia, Cujubim, Itapuã do Oeste, Machadinho D’Oeste, Monte Negro, Rio Crespo e Theobroma. 

A proteção conferida pelo INPI recai apenas sobre o nome geográfico objeto do pedido e não sobre eventuais expressões complementares, tais como nome do produto ou serviço e descrição da espécie da IG.

O processo envolveu a apresentação de uma série de documentos que precisaram atestar os diferenciais do peixe, que é nativo do bioma Amazônico e está presente em outros Estados que compartilham o bioma. Os principais pontos que definem o tambaqui é ser redondo e de dorso esverdeado com barriga e cauda preta, como destacado na representação gráfica da IP.

Os produtores também indicaram que o peixe é criado na região em tanques escavados ou construídos em barragens em acidentes geográficos de mananciais como córregos e igarapés, sempre em raio superior a 50 metros das nascentes ou olhos de água permanentes.
 
"Os viveiros precisam ter equilíbrio do pH das águas utilizadas na produção que devem ser neutras ou ligeiramente alcalinas e contar com renovação constantes. As condições aquícolas, associadas ao clima típico da Amazônia, proporcionam o ambiente ideal para criação do tambaqui. A aplicação de tecnologias e manejo de produção, com responsabilidade social e ambiental de seus produtores, garantem ao tambaqui do Vale do Jamari a rastreabilidade do produto desde o início da criação até a despesca", indica a documentação apresentada.
 
Segundo os produtores, o produto processado protegido sob a IP é do tipo peixe fresco e peixe congelado, divididos entre peixe fresco inteiro e eviscerado e ainda em peixe congelado eviscerado inteiro, e em partes, tais como pedaços, postas, filés, costela e carne mecanicamente separada. "O tambaqui criado em cativeiro no Vale do Jamari possui atributos a semelhança dos existentes em ambiente natural, um produto de carne branca de textura tenra, firme, macia e suculenta, de sabor marcante característico e peculiar."

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