Força-tarefa tenta resgatar o que sobrou de embarcações em Peruíbe
Ciclone extratropical atingiu barcos de pesca na noite de terça-feira (1)
02 de julho de 2020
Pescadores do litoral Sul de São Paulo seguem tentando resgatar o que sobrou de embarcações atingidas pelo ciclone extratropical (ou ciclone bomba) na noite de terça-feira. A Agência Brasil calcula que ao menos 20 barcos foram danificados, dos quais 9 - incluindo duas lanchas - afundaram.
Apesar de ninguém ter ficado ferido, os pescadores relatam inúmeros prejuízos que agravam o cenário já adverso com a Covid-19. “Foram 11 embarcações levadas pela onda causada pelo ciclone”, informou à Seafood Brasil Eliana Diniz, pescadora e presidente da Colônia Z5, que atua na região. “A onda adentrou o rio e encontrou uma ponte que corta os bairros e não tem altura suficiente para os barcos passarem.
Eles então foram sendo destruídos e empurrados rio acima, só parando 1 km acima, onde há uma curva de rio.” Segundo ela, cinco barcos permanecem naufragados e o restante encalhou na margem ou ficou atolado no rio. “Estamos no segundo dia de mobilização, com todos os pescadores se ajudando. Estamos dando apoio, logística de alimentação, combustível e todos sendo solidários”, completou.
Samarco anuncia cancelamento de auxílios
Na segunda-feira, em pleno Dia do Pescador, os profissionais do setor que atuam na região do Rio Doce receberam mensagens da Fundação Renova, entidade responsável pela reparação do desastre socioambiental causado pela Samarco/Vale-BHP em Mariana (MG), informando sobre o cancelamento do auxílio financeiro emergencial aos que "já tiveram restabelecidas as condições para retomada de atividade econômica ou produtiva, com base nos resultados de estudos técnicos e científicos".
Segundo o informe da Fundação, as pessoas que terão auxílio cancelado vão receber o mês de julho e ainda um último pagamento em agosto referente a três meses: agosto, setembro e outubro, encerrando em definitivo os auxílios emergenciais.
A decisão revoltou os pescadores do Espírito Santo, que organizaram protestos.
Em Colatina e Baixo Guandu, no Norte do Espírito Santo, os pescadores fecharam a linha de trem Vitória-Minas em um protesto que durou cerca de cinco horas, na noite desta terça-feira (30), conforme relata o G1..
Heider Boza, coordenador do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) no Espírito Santo, alega que o aviso enviado por carta a atingidos cadastrados afirma que "não há impedimento para o exercício da pesca para consumo próprio na calha do Rio Doce em Minas Gerais e no Espírito Santo, uma vez que não há proibição legal de pesca nessas regiões" e que "desse modo, não há causa para interrupção da atividade."
Os pescadores afirmam, no entanto, que a população de peixes no Rio Doce diminuiu drasticamente após o vazamento de rejeitos e o mercado ainda tem muita rejeição aos peixes capturados ali, por receio de contaminação. O MAB avalia que a medida pode afetar a renda básica de até 7 mil atingidos em pleno período de pandemia, já que não há proibição oficial de pesca no rio nem no litoral, com exceção da faixa de exclusão entre Santa Cruz (Aracruz) e Degredo (Linhares). O site Século Diário fez um compilado das reivindicações dos
pescadores.
barcos, ciclone bomba, Colônia Z5, desastre em Mariana, Samarco