1º semestre positivo traz boas perspectivas à piscicultura nacional
Aquicultura

1º semestre positivo traz boas perspectivas à piscicultura nacional

Maior alojamento de alevinos nos últimos meses de 2023, exportações e estabilidade nos custos de produção ajudam a explicar o desempenho

16 de agosto de 2024

Segundo levantamentos da Associação Brasileira da Piscicultura (PeixeBR), o primeiro semestre de 2024 foi positivo para a piscicultura brasileira tanto em termos de produção quanto de exportação, que por sua vez, foram acompanhados pelo regular abastecimento do mercado interno.

De acordo com Francisco Medeiros, presidente executivo da Peixe BR, isso reafirma a tendência de crescimento da atividade, como verificado nos 10 anos de levantamentos da entidade. “Tivemos aumento da oferta de peixes em todas as praças e com boa remuneração ao produtor, com os custos se mantendo estáveis. Em média, 1 kg de tilápia comprou mais de 3 kg de ração”, comenta.

Entendendo o bom desempenho

Para Medeiros, em resumo, a boa produtividade no primeiro semestre tem relação direta com o maior alojamento de alevinos nos últimos meses de 2023. No entanto, em sua avaliação, as exportações também seguem surpreendendo. “O acumulado do primeiro semestre proporcionou receita equivalente a 96% do faturamento de todo o ano passado”, explica. Os dados em questão são do Informativo do Comércio Exterior da Piscicultura, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), elaborado em parceria com a Peixe BR.

Outro ponto que teve influência decisiva para este bom desempenho econômico dos produtores foi estabilidade dos custos de produção: em resumo, com valores inferiores à média histórica, a ração (que representa cerca de 70% dos custos) compensou a redução do preço pago ao piscicultor pela tilápia. No entanto, outros custos como energia elétrica (especialmente no Paraná), transporte e mão de obra tiveram alta.

Além desses fatores, o presidente da PeixeBR ainda expõe outros obstáculos que, segundo ele, tiveram influência nos números deste semestre. “Também foram verificados alguns desafios sanitários no cultivo de peixes em tanques, levando à elevação de custos com medicamentos e aumento das taxas de mortalidade em alguns momentos”, diz.

Daqui para o fim do ano

Medeiros explica que os indicadores do Centro de Estudos em Economia Aplicada (Cepea) têm apontado tendência de recuperação nos preços da tilápia das principais praças do Brasil, especialmente nas últimas semanas de agosto. “Isso ocorre devido ao final do inverno e consequente aumento da temperatura. Nesse momento, o consumo também se recupera. Por esse motivo, estamos confiantes de que o segundo semestre também será positivo para a piscicultura”, detalha.

Dentro deste contexto, o dirigente comenta que a gestão cada vez mais profissional tem possibilitado as maiores taxas de crescimento da atividade entre todas as proteínas animais. “O consumo per capita ainda é baixo, porém cresce ano após ano. A tilápia desponta no mercado, porém os peixes nativos têm potencial incrível de crescimento”, finaliza.

Crédito fotos: Seafood Brasil

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