2021 será o ano da recuperação global da produção de camarão
Período também terá crescimento acentuado do Brasil, diz Robobank
07 de outubro de 2020
2021 será o ano da recuperação global da produção de camarão, com crescimento acentuado do Brasil. Estas foram as conclusões apresentadas pelo especialista Gorjan Nikolik, do banco holandês Rabobank, durante uma apresentação na conferência Goal, realizada pela Global Aquaculture Alliance (GAA) entre 05 e 08 de outubro.
A pesquisa do GAA reúne opiniões de muitos participantes da indústria em cada país produtor. Este ano, observou Nikolik, sua apresentação também incorpora estimativas feitas por Robins McIntosh, vice-presidente sênior da Charoen Pokphand Foods, para a China e Indonésia
A produção global de camarão deverá subir para além de 3,5 milhões de toneladas até o final de 2020, de acordo com uma pesquisa conduzida por Nikolik e o GAA. Para o ano que vem, ele estima um aumento de 8,4%, o que levaria a produção global para perto de 4 milhões de toneladas.
Nas Américas, o destaque foi o Brasil, onde os entrevistados veem um salto de 33% em 2019, para mais de 80 mil toneladas. Eles também acham que os produtores brasileiros irão aumentar a produção novamente em 2020, para cerca de 90.000 t, e ultrapassarão 100.000 t em 2021, em linha com as projeções divulgadas recentemente pela Associação Brasileira dos Criadores de Camarão (ABCC). "Isso é realmente otimista, e as pessoas que responderam à pesquisa mencionaram melhor genética, melhor alimentação e até financiamento, como ajuda para impulsionar o crescimento ", disse Nikolik.
O principal produtor local, no entanto, é o Equador, que aumentou a produção a uma taxa composta de crescimento anual (CAGR) de quase 11% nos anos anteriores a 2018. As respostas da pesquisa combinada prevêem um aumento na produção de 1,4% para 2020, mantendo a produção acima de 600.000 t, e outro aumento de 1,9% em 2021.
Para o México uma queda de produção de 10% é esperada para 2020, antes de apenas uma ligeira recuperação em 2021.
Os demais produtores das Américas - Honduras, Peru, Nicarágua, Guatemala e outros - devem permanecer relativamente estáveis no período de 2018-2021, contribuindo para um quadro geral das Américas parecido com este.
Para a Índia, os entrevistados do GAA esperam uma queda de 26,5% em 2020, para menos de 600.000 t, e um aumento de apenas 4,3% em 2021. Para a China, Nikolik combinou dados da Organização para Alimentação e Agricultura das Nações Unidas com as estimativas de McIntosh, que uma queda mais substancial está chegando em 2020. Ainda assim, em 2021, eles veem a produção se recuperando para quase 500.000 t.
O Vietnã é agora o mais importante produtor de vannamei no sudeste da Ásia, observou Nikolik, de acordo com os entrevistados do GAA, a produção deve diminuir novamente em 2020, para menos de 650.000 t, antes de se recuperar novamente em 2021:
Finalmente, a produção na Arábia Saudita e no Irã aparentemente aumentou, depois atingiu o pico, em 2018, com os comentaristas prevendo uma queda em ambas as nações em 2019; diminuirá para 2020; então alguma recuperação para 2021.
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