5 Perguntas a José Luis Ravagnani Vargas, novo diretor do DIP
Vargas assume o desafio de trazer novas ideias, energia e visões de alguém que acredita no potencial do setor do pescado
03 de janeiro de 2025
Sabe aqueles momentos em que começamos um novo capítulo de um livro e sentimos uma mistura de expectativa e ansiedade? Foi exatamente essa sensação que marcou a chegada de José Luis Ravagnani Vargas como diretor do Departamento da Indústria do Pescado (DIP), da Secretaria Nacional de Pesca Industrial, Amadora e Esportiva do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA).
Formado em Medicina Veterinária, Vargas iniciou sua carreira no setor privado, atuando em vendas e marketing. Em 2005, ingressou no serviço público, dedicando-se à área de Defesa Agropecuária. Desde então, ocupou diversos cargos de liderança, com destaque para Diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (DIPOA) e Diretor do Departamento de Serviços Técnicos. Agora, assume o DIP em um momento estratégico, com projetos emblemáticos e desafios significativos para fortalecer a cadeia produtiva nacional.
“É uma honra assumir esse cargo [de Diretor do Departamento da Indústria do Pescado]. Como eu sempre acreditei muito nesse segmento, eu espero fazer um bom trabalho para ajudar o setor a crescer em prol da sociedade brasileira e se desenvolver dentro das regras, da normalidade e de forma sustentável”, resume.
No bate-papo a seguir, Vargas dá uma ideia do que esperar de sua gestão e oferece ainda uma previsão clara do que se esperar deste novo capítulo que se inicia no setor. Confira!
1) Um dos marcos do início de sua gestão é o lançamento [em dezembro/2024] da Plataforma Nacional da Indústria do Pescado (PNIP). Qual a importância dessa ferramenta, os desafios de implementá-la e como pretende engajar as indústrias na sua adoção?A principal importância dessa ferramenta é trazer celeridade ao processo. Para isso, o sistema vai compilar uma série de dados e fazer uma análise prévia para a emissão do Certificado de Acreditação de Origem Legal (CAOL), por exemplo. Então, ele já checa notas fiscais, mapas de bordo e faz uma série de conferências e traz tudo mastigado para o analista. Ou seja, uma análise para a emissão de um certificado necessário para exportação a determinados países que levava 1 mês, hoje, leva de 4 a 5 dias. Futuramente, imaginamos que essa análise leve só 20 minutos.
Quanto ao engajamento das indústrias, o caminho é simples: vamos fazer dela obrigatória. Assim, aos poucos, as próprias indústrias vão entendendo os benefícios que só o PNIP pode trazer.
2) Outro desafio iminente é a obrigatoriedade do Certificado Oficial de Boas Práticas Higiênico-Sanitárias a Bordo, que entra em vigor em dezembro. Qual a estratégia para garantir que as embarcações pesqueiras cumpram os requisitos dentro do prazo e como isso impactará a cadeia produtiva?Essa certificação também já foi definida de forma obrigatória. O que fizemos agora é um calendário de 18 meses com grupos de análises estabelecidos para que assim, possamos fazer essa certificação atingir o maior número de embarcações.
Um dos maiores benefícios que essa certificação oferece à indústria é a valorização da matéria-prima. Afinal, ela garante que a qualidade do que está sendo oferecido ao consumidor é extrema. Logo, o pescador que trouxer isso à indústria vai ser melhor remunerado. É algo que beneficia toda a cadeia e traz um valor agregado maior ao produto final.
3) O Brasil ainda ocupa uma posição tímida no comércio internacional de pescado. Que iniciativas são essenciais para alavancar nossas exportações e tornar o País um player mais competitivo globalmente?Apesar de termos um mercado interno muito forte, de fato, hoje importamos mais do que exportamos. No entanto, também temos muitas oportunidades para reverter isso.
Uma coisa que precisamos para aproveitar essas oportunidades é o próprio desenvolvimento do setor em si, com apoio à indústria para que ela cresça e melhore. Além disso, precisamos de muita matéria-prima, que é o pescado em si, além de uma modernização de nossa frota. E para isso, o Ministério da Pesca tem um papel fundamental no fomento à indústria, na agregação de valor aos produtos brasileiros e na pesca em si.
Outro ponto é a educação sanitária dos pescadores e dos produtores. Com isso, podemos garantir um produto de melhor qualidade e assim, competir em pé de igualdade com outros players.
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Créditos imagem: Divulgação
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