5 Perguntas ao subsecretário de pesca e aquicultura da Argentina
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5 Perguntas ao subsecretário de pesca e aquicultura da Argentina

Carlos Liberman, subsecretário de pesca e aquicultura da Argentina esteve no Brasil para reaquecer vínculo comercial

03 de junho de 2022

A Argentina quer voltar a ter protagonismo na pauta importadora de pescado do Brasil. A delegação que desembarcou em Brasília no início de abril reuniu mais de 20 empresários e altas autoridades do governo argentino, como o ministro da Agricultura, Pecuária e Pesca, Julián Andrés Domínguez. Junto a ele estava o subsecretário de pesca e aquicultura da Argentina, Carlos Liberman, que nos concedeu esta entrevista apenas um dia depois de o governo brasileiro “flexibilizar” a entrada de merluza argentina por 60 dias.
 
Com muitas cargas paradas na fronteira em razão da presença de parasitas microscópicos identificados na reinspeção nos postos fronteiriços, os argentinos celebraram a liberação até 03 de junho. A decisão técnica veio depois de uma forte atuação diplomática que deverá encaminhar a situação para um entendimento conjunto definitivo entre os entes sanitários de ambos os países.
 
Nesse clima, Liberman disse que “ia embora com uma perspectiva muito boa sobre o Brasil”: ele se refere também ao camarão vermelho da Patagônia - um item ainda pouco popular por aqui, mesmo um ano após o STF liberar a importação. Popular mesmo é a aquicultura por aqui, uma das referências para a Argentina implantar um projeto estratégico, suportado pelo Estado, de exportação de trutas arco-íris - que os hermanos também querem vender ao Brasil.
 
Confira a seguir um trecho da entrevista com o subsecretário de pesca e aquicultura da Argentina, Carlos Liberman:
 
SB: 1) Notamos que o volume de importações de produtos pesqueiros argentinos pelo Brasil tem caído nos últimos anos. A que se deve isso?
 
CL: Em primeiro lugar, a pesca da Argentina acumula anos de crescimento sustentado. O comércio de pescado da Argentina cresceu em todo o mundo,especialmente nos Estados Unidos, Europa e Japão; temos presença em mercados onde não estávamos. Isso também está relacionado ao fato de que a nossa oferta de camarões vermelhos (langostinos) cresceu de 30 mil toneladas a mais de 220 mil toneladas, o que está ligado a modificações do regime de administração da pesca argentina, de respeito integral ao ciclo biológico e de reprodução de langostinos. Agora nós vamos capturá-lo em zonas diferentes ao que fazíamos antes e em momentos distintos, o que nos trouxe muito êxito.
 
Este nível de crescimento não se vê refletido na comercialização entre empresas argentinas e brasileiras. A medida judicial [Ação Civil Pública] fez com que o Brasil fosse o único País ao qual não fornecemos o langostino em todo o mundo. Essa situação se reverteu há um ano e agora estamos na etapa de nos inserirmos no mercado brasileiro. 
 
SF: 2) Além do camarão vermelho, há outros problemas de ordem técnica e diplomática que interferem na importação de merluza, por exemplo. Qual é a principal dificuldade para que a situação se estabilize e não haja tantos problemas na fronteira?
 
CL: Nas últimas semanas [especialmente em março], tivemos problemas com a comercialização de merluza a partir da mudança de alguns mecanismos de fiscalização nas fronteiras do Brasil [reinspeção na entrada e não no SIF de destino]. 
 
Tivemos uma reunião com o novo ministro de Agricultura do Brasil, Marcos Montes, com o ministro de Agricultura da Argentina, Julián Domínguez, e o secretário da aquicultura e pesca, Jairo Gund. Sendo assim, tivemos um espaço muito construtivo, reconhecemos a irmandade que temos entre os dois povos que nos leva a potencializar os negócios de nossas empresas. Temos um papel compartilhado que é o de alimentar o mundo e hoje, vou embora com uma perspectiva muito boa do Brasil.
 
Eu tinha uma sensação antes de me juntar às autoridades brasileiras e de nos juntarmos aos empresários brasileiros, agora tenho outra. Pudemos planejar vários objetivos para harmonizar os protocolos e que as distintas posições se encontrem. Creio que nas próximas semanas teremos como  pavimentar este caminho.
 
Confira a entrevista completa na Seafood Brasil #43 que pode ser lida gratuitamente clicando aqui.
 
Créditos: Divulgação
 
 
 

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