A era do varejo: como a pandemia provocou mudanças no setor nacional
Varejo

A era do varejo: como a pandemia provocou mudanças no setor nacional

Reportagem completa disponível na Seafood Brasil #38

13 de maio de 2021

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Em 2020, a pandemia da Covid-19 provocou uma brusca mudança de hábito dos consumidores no País, que por sua vez, modificaram não apenas o perfil de compra no varejo, mas também o cotidiano dentro dos seus lares. Somadas a milhões de mortes, vimos o vírus impactar a economia mundial em uma extensa lista que inclui a alta do dólar, da inflação e, consequentemente, nos preços dos produtos nas gôndolas dos supermercados. Já o cenário de caos e insegurança também provocou uma corrida a estes locais. 
 
Assim, com essa onda de alterações e adaptações, presenciamos a era do varejo - onde parece que o mar ficou literalmente para peixes -, sobretudo aos congelados e, principalmente, às grandes redes alimentares que apoiaram-se em gigantes estruturas tecnológicas, de marketing e distribuição.
 
Com essa mudança brusca de comportamento, ambientes tradicionais como as feiras livres sofreram grande impacto no País, sobretudo nos primeiros meses do ano, quando ninguém sabia ao certo como manter as compras nestes estabelecimentos sem colocar-se em risco. 
 
Outra categoria afetada logo no início da pandemia foram as peixarias, que precisaram se adequar rapidamente ao novo normal para não perder os clientes. Uma análise do especialista Marcos Gouvêa de Souza aponta para o aumento da polarização no varejo brasileiro na pandemia: os grandes ficaram maiores, enquanto os pequenos se multiplicaram. Já para o médio varejo, a situação não foi das melhores, sendo os mais afetados nesse cenário.
 
“Talvez seja essa a síntese do processo que ocorreu como resultado do impacto da pandemia nos negócios do varejo brasileiro nesse período e que tenderá a se manter nos próximos anos”, ressaltou o especialista em análise à plataforma Mercado & Consumo. 
 
 
Apresentando os protagonistas: os supermercados
 
Se a pandemia da Covid-19 centralizou as vendas nas grandes do autosserviço em 2020, em grande medida se deveu ao  desempenho do varejo alimentar, colocando os supermercados como os grandes protagonistas do período. No balanço do ano, o Índice Nacional de Vendas da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), apurado pelo Departamento de Economia e Pesquisa da entidade, informou que o setor acumulou alta real (deflacionada pelo IPCA/IBGE) de 9,36%, de janeiro a dezembro, em relação ao mesmo período de 2019.
 
 
Boom dos congelados
 
O ano de 2020 foi histórico para os e-commerces Pão de Açúcar.com e Clube Extra.com.br, do Grupo Pão de Açúcar (GPA). Antes mesmo de a Black Friday chegar, os canais registravam consecutivas taxas de crescimento, alcançando assim, na última semana de novembro, o número recorde de R$ 1 bilhão em vendas. 
 
O resultado foi inédito e três vezes superior ao registrado no acumulado dos 12 meses de 2019. Segundo o GPA, o desempenho se deve principalmente pelo aumento de sua capacidade operacional e pelo ganho de market share do e-commerce alimentar – que ficou superior a 71% no 3º trimestre de 2020, de acordo com o EBIT Nielsen. E como não podia ser diferente, o pescado seguiu esse desempenho.
 
Mar de oportunidades para todas as espécies
 
Se do pescado congelado ao varejo alimentar as vendas saltaram no período, a indústria que fornece aos médios e pequenos não viu esse crescimento acentuado na demanda.
 
Apesar disso, esse setor não teve muito do que reclamar, como conta Ricardo Pedroza, representante nacional de vendas da Maris Pescados. A empresa tem força na comercialização de camarão, atuando ainda com lagosta (para exportação) e peixes. “Estávamos no lugar certo, na hora certa”, falou Pedroza. 
 
Para ele, é verdade que o varejo cresceu durante esse período, sendo em vários momentos o único ou principal canal de abastecimento para as famílias. As vendas para a categoria representam cerca de 70% do total dos produtos da Maris, que inovou a lançar pacotes mais econômicos com 200 g.
 
Peixarias: após sufoco, um processo de adaptação
 
Já as pequenas peixarias que passaram por sufoco no início da pandemia no País, agora se adaptam ao novo cenário e já colhem bons frutos dessas mudanças. Na Bahia, a Peixaria Tubarão já tem 15 anos de tradição com a venda do pescado próximo ao cais local de Santo Antônio. O foco do estabelecimento está em peixes, mariscos e crustáceos da região, mas também há uma grande linha de produtos importados, como conta a sócia proprietária Rudyanne Dolabella Judice de Carvalho.
 
 Ela revela que as vendas praticamente zeraram no começo da pandemia no País, principalmente porque eram 90% na loja física. “Passamos quase 60 dias sem nenhum movimento. Os clientes queriam receber os produtos na segurança dos seus lares e modificamos toda nossa estratégia de venda, marketing e entregas. Somente assim foi possível chegar até aqui”.
 
 
Confira as opiniões dos demais entrevistados sobre como pandemia provocou mudanças no varejo nacional e quais as expectativas para o setor na matéria completa que está disponível na Seafood Brasil #38 e pode ser lida gratuitamente clicando aqui.
 

 
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