A expansão da GTFoods e a liderança do PR na produção de tilápias
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A expansão da GTFoods e a liderança do PR na produção de tilápias

Como a aposta da GTFoods na tilápia reforçou ainda mais a posição do Paraná como líder na produção nacional da espécie

14 de março de 2025

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A GTFoods já é consolidada como um dos maiores nomes na avicultura brasileira e que agora, está ampliando sua presença no setor de proteínas animais com uma aposta estratégica justamente na liderança da tilápia. Em 2022, a empresa iniciou o abate do peixe em Mandaguaçu (PR) e, desde então, vem acelerando seus investimentos em um projeto verticalizado que consolida ainda mais a força da tilapicultura paranaense.

Com um olhar atento às demandas do mercado, o grupo está investindo pesado na diversificação de proteínas animais através da comercialização de sua marca Canção Alimentos. “É um projeto que a gente sempre idealizou, estudou algumas proteínas alternativas e, no momento certo, veio a oportunidade de entrar na tilápia. Mas é claro que estamos no processo de aprendizado e investindo bastante”, destaca Rafael Tortola, CEO da GT Foods.


Diversificação estratégica

O projeto de produção da GTFoods é baseado em um modelo verticalizado, garantindo controle total sobre a cadeia produtiva. Segundo Filipe Chagas, gerente da unidade de piscicultura, todas as etapas do ciclo produtivo são realizadas dentro da propriedade em Terra Rica (PR). “É o produto que a gente viu nascer, fez todo o processo, tem controle total e rastreamento. Assim, oferecemos ao consumidor final um peixe de qualidade garantida, com foco em biosseguridade e bem-estar animal, que sabemos ser muito importante”, explica Chagas. Atualmente, a GTFoods abate cerca de 12 mil tilápias por dia - mas o objetivo é crescer exponencialmente. Com a produção 100% verticalizada, prevista para ser concluída no início de 2025, a empresa espera eliminar a necessidade de compra de peixes de terceiros.

A fazenda em Terra Rica opera hoje em 40 hectares, mas a meta é atingir 250 hectares de lâmina d’água nos próximos anos. “Hoje, estamos operando com 20% do projeto. Quando ele estiver completo, sem aeração, será possível abater 40 mil tilápias por dia. Mas, com a aeração, esse número pode chegar a 80 mil”, projeta Tortola. Nos próximos 3 anos, a meta é atingir a marca de 100 mil tilápias abatidas diariamente, o que demandará uma expansão significativa da capacidade industrial. “Já estamos planejando a expansão do frigorífico atual ou até mesmo a construção de uma nova planta. A ideia do grupo é se tornar, em 3 anos, o terceiro [maior produtor de tilápia] do Brasil, com 100% do ciclo completo dentro de casa”, revela o CEO.


O desafio do "novo"

Mesmo com uma expansão estruturada, a GTFoods adota cautela ao considerar o modelo de integração com produtores independentes. "Não estamos fechados para essa possibilidade. Temos hoje mais de mil produtores de frango e parceiros no Paraná e estamos presentes em mais de 200 cidades”, explica Rafael Tortola. “Mas, nesse primeiro momento, a empresa optou por fazer investimentos dentro de casa porque trazer integrados é muita responsabilidade e eles esperam ter o retorno que a gente nem sabe. Como estamos em um cenário novo, precisamos primeiro passar pelo processo de maturação dentro das nossas unidades, acertar e errar dentro de casa, para então expandir", completa.

E embora a experiência consolidada da empresa na avicultura oferece vantagens significativas na transição para a tilapicultura, como as semelhanças entre os processos produtivos e uma sinergia que também se estende à distribuição e ao relacionamento comercial, a jornada da GTFoods na tilapicultura está repleta de desafios típicos de um mercado em transição. "A maior dificuldade hoje é lidar com o 'novo'. É um mercado onde você tem ainda muitas empresas profissionalizadas, mas parece que ainda não tem um padrão estipulado, sabe? O que a gente vê é cada empresa querendo fazer o que acredita", diz o CEO.

Conforme ele, a falta de uniformidade na genética da tilápia no Brasil é outro ponto crítico. "No frango, por exemplo, temos duas empresas genéticas no mundo que provaram por A mais B que os seus produtos eram melhores, o que fez com que elas tivessem cada dia mais ‘corpo’. Mas, quando a gente pega a tilápia, principalmente em termos de genética, vê que cada empresa age de forma individual”, diz. Em busca de soluções, a GTFoods conta que faz parte da união de algumas empresas com a Peixe BR em uma iniciativa de desenvolvimento do melhoramento genético.


Esta matéria é a sexta e última parte da matéria de “Capa” da Seafood Brasil #56. Clique aqui para ler essa e outras matérias na íntegra!


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Créditos imagem: Seafood Brasil 

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