A próxima geração de tilápia: o projeto genético da Brazilian Fish
Iniciativa da empresa busca elevar o rendimento de carcaça e reduzir o tempo de cultivo da tilápia
27 de junho de 2025
A piscicultura brasileira avança no campo da inovação genética, com iniciativas que prometem transformar não apenas a produtividade, mas também a competitividade do setor. E esse é um dos objetivos da Brazilian Fish, produtora de tilápia de Santa Fé do Sul (SP), que movimentou o setor ao anunciar, no início deste ano, o desenvolvimento bem-sucedido da primeira tilápia geneticamente editada no País – a notícia já tinha sido dada anteriormente no site da Seafood Brasil e pode ser conferida aqui.
A inovação de uma das empresas pertencentes ao Grupo Ambar Amaral nasce da parceria estratégica firmada com o Center for Aquaculture Technologies (CAT), dos Estados Unidos. O projeto utiliza técnicas de alta precisão para promover alterações específicas no DNA da tilápia, sem introdução de material genético externo. A meta é clara e um sonho para a indústria nacional: aumentar o rendimento de filé, reduzir o tempo de produção e otimizar a conversão alimentar, promovendo ganhos expressivos em escala.
Segundo o diretor da Brazilian Fish, Ramon Amaral, a edição genética representa um salto tecnológico significativo em relação aos métodos tradicionais de melhoramento. “Geralmente, o processo convencional consiste na seleção de indivíduos com base no fenótipo - características visuais como cabeça, lombo e comprimento - e genótipo, com coleta de material a fim de evitar, por exemplo, a consanguinidade. A evolução existe, mas é devagar. Para você conseguir melhorar uma característica, você demora muitos anos, às vezes, uma vida e não consegue evoluir”, explica.
Neste contexto, a inovação proposta pela empresa vai além da seleção genética convencional. Amaral detalha que a técnica aplicada pela companhia consiste em "nocautear" um gene específico - a miostatina, responsável por limitar o desenvolvimento muscular. “Selecionamos um animal com morfologia ideal e sem consanguinidade, coletamos espermatozóide e o óvulo, fazemos a fecundação em laboratório e aplicamos a técnica que inativa esse gene”, resume.
Os ganhos projetados não se restringem à performance zootécnica. Hoje, uma tilápia leva de 10 a 12 meses do nascimento ao abate e apresenta um rendimento médio de carcaça de cerca de 33%. Com a nova tecnologia, a meta é alcançar até 40% de rendimento, reduzir o tempo de cultivo em até 20% e melhorar a conversão alimentar em aproximadamente 15%. Porém, os reflexos não param no campo: “Você imagina aumentar em 40% o rendimento de carcaça? Isso pode significar uma redução de mais de 25% no preço final ao consumidor”, projeta Amaral.
A inovação de uma das empresas pertencentes ao Grupo Ambar Amaral nasce da parceria estratégica firmada com o Center for Aquaculture Technologies (CAT), dos Estados Unidos. O projeto utiliza técnicas de alta precisão para promover alterações específicas no DNA da tilápia, sem introdução de material genético externo. A meta é clara e um sonho para a indústria nacional: aumentar o rendimento de filé, reduzir o tempo de produção e otimizar a conversão alimentar, promovendo ganhos expressivos em escala.
Segundo o diretor da Brazilian Fish, Ramon Amaral, a edição genética representa um salto tecnológico significativo em relação aos métodos tradicionais de melhoramento. “Geralmente, o processo convencional consiste na seleção de indivíduos com base no fenótipo - características visuais como cabeça, lombo e comprimento - e genótipo, com coleta de material a fim de evitar, por exemplo, a consanguinidade. A evolução existe, mas é devagar. Para você conseguir melhorar uma característica, você demora muitos anos, às vezes, uma vida e não consegue evoluir”, explica.

É indiscutível que a segurança biológica e a conformidade regulatória são aspectos indispensáveis em qualquer inovação genética. Por isso, o diretor da Brazilian Fish reforça que toda a trajetória do projeto passou por um rigoroso processo de validação junto à Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio). “A CTNBio é um órgão muito exigente. Temos que mandar relatórios, e eles acompanham tudo com muito critério”, relata.
Instituída em 2005, a CTNBio é um colegiado multidisciplinar vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações responsável por prestar apoio técnico consultivo e assessoramento ao Governo Federal na formulação, atualização e implementação da Política Nacional de Biossegurança relativa aos Organismos Geneticamente Modificados (OGMs). A comissão atua na formulação de normas técnicas e pareceres sobre proteção à saúde humana, organismos vivos e meio ambiente, cobrindo todo o ciclo de vida de OGMs e derivados - da construção e experimentação ao descarte e comercialização.
Nesse sentido, Amaral é enfático ao destacar que a tecnologia utilizada para edição genética pela Brazilian Fish é diferente da transgênica. “O editado não é isso [transgênico]. Você não pega nenhum fragmento, nenhuma parte de DNA, nada de uma outra espécie. É dentro do mesmo indivíduo. Você só nocauteia. É como se você fizesse um corte no DNA naquele lugar onde quer que ele pare ou continue a se desenvolver”, explica.
Embora disruptiva, ele pontua que a tecnologia adotada pela companhia não é inédita em outras cadeias produtivas e já está presente em alimentos que fazem parte do cotidiano da população. Assim, a inovação, que teve início há quase três anos com um parceiro anterior, antes de ser assumida pela CAT, só foi adiante após cumprir todos os trâmites legais e regulatórios. “Demoramos muito por conta das questões regulatórias. Só começamos depois de aprovar tudo na CTNBio. Aqui, se não for para estar dentro das quatro linhas, a gente nem começa”, reforça.
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Créditos imagens: Canva
Créditos imagem texto: Brazilian Fish/Divulgação
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