A receita do sucesso da tilápia paranaense
O Paraná se destaca na produção de tilápia graças a uma cadeia integrada de produtores, fornecedores e distribuidores
31 de janeiro de 2025
Na produção de tilápia, não existe uma receita pronta, como a de um bolo, com medidas exatas e resultados garantidos. Cada passo demanda ajustes, experiência e resiliência diante de desafios que vão desde a genética, passando pelo consumo e até pressões de mercado. No entanto, o Paraná tem mostrado que a combinação certa de ingredientes pode gerar um modelo de sucesso.
Nesta “receita”, podemos afirmar com segurança que o cooperativismo, aliado à inovação e ao trabalho dedicado dos produtores, tem sido o fermento que faz o Estado alcançar resultados expressivos, elevando a tilápia paranaense ao patamar de referência internacional.
De acordo com o Anuário da Associação Brasileira da Piscicultura (PeixeBR), a tilápia respondeu por 579.080 toneladas em 2023, ou seja, 65,3% do total de 887.029 toneladas da produção nacional de peixes de cultivo, desempenho esse que consolidou o Brasil como o quarto maior produtor mundial da espécie. Já o Paraná, líder nacional, produziu 209,5 mil toneladas no período, um crescimento de 11,5% em relação ao ano anterior.
Francisco Medeiros, presidente executivo da PeixeBR, explica alguns dos fatores que levaram o Paraná a ser o primeiro na produção. “Primeiro, a organização setorial do agronegócio no Estado, que é um dos mais bem estruturados do Brasil. Segundo, as cooperativas identificaram na tilapicultura uma oportunidade no mercado e aproveitaram sua estrutura, desde a produção até a comercialização, para introduzir essa nova proteína.”
Ele também destaca o impacto das políticas públicas e privadas na competitividade da tilapicultura paranaense. “É um ambiente que tecnicamente, não seria o melhor para tilápia em função do clima. Mas eles [produtores] transformaram essa dificuldade numa oportunidade.”
A "tilápia turbinada" do Estado também é fruto de avanços na genética. Neste cenário, apesar da genética ainda aparecer como um dos gargalos do setor, Medeiros afirma que o Brasil já possui alguns dos melhores materiais genéticos do mundo, além de outras iniciativas de empresas nacionais e estrangeiras. “Já evoluímos muito e estamos evoluindo. Atualmente, nós temos outras ferramentas que, inclusive, associados à PeixeBR, estão com um projeto ambicioso com relação à genética e resultados que levem à competitividade. Ou seja, estamos no caminho certo.”
Essa articulação vai além do campo: o cooperativismo organiza os produtores e conecta fornecedores, distribuidores e consumidores e sistemas de integração com a agroindústria dão aos produtores uma velocidade maior para enfrentar desafios, graças à curva de aprendizado herdada de outras cadeias, como suínos e aves. “As perspectivas são boas e podemos falar que existem mais 10 anos de liderança do Estado na produção de tilápia no Brasil”, finaliza o presidente da PeixeBR.
Para fortalecer cada vez mais
Foi para organizar cada vez mais a cadeia produtiva no Estado que em abril deste ano, em Toledo (PR), a Peixe Paraná nasceu. Os principais objetivos da associação são a união do setor e fortalecer a representatividade perante o governo, as autoridades e a sociedade como um todo. “Através da união da nossa associação, poderemos conquistar cada vez mais respeito e espaço para a aquicultura, valorizando nossos associados, promovendo a segurança jurídica necessárias e o desenvolvimento sustentável da aquicultura”, afirma Valério Angelozi, presidente da associação.
Esta matéria é a primeira parte da matéria de “Capa” da Seafood Brasil #56. Clique aqui para ler essa e outras matérias na íntegra!
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56, Capa, Paraná, Parte 01, Peixe Paraná, PeixeBR, seafood brasil, tilápia