A transformação azul pela ótica da pesquisa
Por Leandro Kanamaru Franco de Lima e Ricardo Borghesi, pesquisadores da Embrapa Pesca e Aquicultura
02 de janeiro de 2025
*Artigo escrito para o Anuário Seafood Brasil #55
A produção de pescado é reconhecida por contribuir significativamente para a oferta mundial de proteína animal. Projeções estatísticas apontam para um incremento produtivo superior ao de outras cadeias produtivas de proteína animal nos próximos anos – neste contexto, a aquicultura é protagonista, já que em 2022, pela primeira vez na história, ela conseguiu superar a pesca extrativa como principal produtora de organismos aquáticos.
Logo, no Brasil, a produção de pescado tem enorme potencial de crescimento pelo vasto potencial geográfico existente, considerando aspectos climáticos, logísticos, produção de grãos e mercadológicos positivos. Por ser uma cadeia produtiva de notória expansão que, a cada ano, acrescenta números expressivos, se torna mais e mais organizada, melhor articulada e mais presente na mesa dos consumidores - o pescado está associado à uma dieta saudável -, deve ser acompanhada pelo desenvolvimento de tecnologias consideradas viáveis e aplicadas à realidade do setor produtivo. Por este motivo, investimentos em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação são necessários para gerar soluções que permitam a esta cadeia alcançar seu patamar desejável de maturidade tecnológica.
A Embrapa é uma empresa pública voltada para a inovação com foco na geração de conhecimentos e tecnologias para a agropecuária brasileira. Para responder à crescente demanda da produção de pescado, nossa estratégia de atuação tem sido direcionada para desenvolver soluções tecnológicas sustentáveis, focadas no aumento da produtividade, por meio de sistemas produtivos resilientes e baseadas na equidade e inclusão de seus demandantes. Sendo assim, consultas ao setor produtivo, direcionamento e priorização de demandas, consonância aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), análises de mercado, observatórios de tendências, e aumento do incentivo à geração e à adoção de tecnologias disruptivas pela abertura de parcerias público-privadas, são práticas cada vez mais presentes no planejamento estratégico da empresa.
Por isso, é possível imaginar que os desafios são muitos. Entretanto, nos últimos anos, grande parte das pesquisas científicas dentro da temática de aquicultura e pesca, esteve alinhada com o desenvolvimento de soluções para inovação presente em seis grandes eixos temáticos:
1- Adequação e estruturação de programas de nutrição, alimentação e manejo;
2- Melhoria do controle das contaminações químicas e microbiológicas no pescado;
3- Minimização dos impactos negativos causados pelas principais doenças de importância para a aquicultura;
4- Resolução de entraves associados à genética e reprodução com foco na geração de formas jovens com desempenho superior;
5- Viabilização de tecnologias e sistemas de produção aquícola marinha e continental orientados por demanda de mercado;
6- Viabilização de estratégias de monitoramento da pesca artesanal por intermédio da abordagem participativa e do conhecimento tradicional associado.
Este texto faz parte da série de artigos publicados no Anuário Seafood Brasil #55. Para ler este e outros artigos na íntegra presentes nesta edição, clique aqui.
Quer ficar por dentro dessas e outras notícias do universo do pescado? Acesse nossa seção de notícias e também não deixe de seguir os perfis das Seafood Brasil no Instagram, no Facebook e no YouTube!
Creéditos imagens texto: Divulgação
Créditos imagem: Canva
55, Anuário, Embrapa, Leandro Kanamaru Franco de Lima, pesquisa, Ricardo Borghesi, seafood brasil