Alta de alimentos influencia inflação em São Paulo e liga alerta no mercado
20 de março de 2014
Crédito da imagem: sxc.hu
A disparada dos preços dos alimentos aumentou o risco de que a meta de inflação, de 6,5%, (no acumulado de 12 meses) seja rompida já no segundo trimestre. Antes de contabilizar os estragos provocados pela seca nas regiões produtoras de alimentos, economistas consideravam que essa barreira seria ultrapassada, mas só em meados do ano.
A alta de 0,68% no Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) na segunda leitura do mês, contra 0,57% anteriormente, veio acima do teto das expectativas do mercado, de 0,67%. O piso das estimativas indicava inflação de 0,50% e a mediana era de 0,62%.
Segundo a Fipe, o grupo alimentação acelerou a 1,41% na segunda pesquisa de março, depois de um aumento de 0,83%. A principal fonte de influência veio dos alimentos in natura, que subiram 10,77% ante 8,93%, e são os que mais sofrem efeitos da estiagem prolongada em várias partes do país.
Para Wellington Ramos, analista da Austin Rating, o grupo alimentação foi o principal responsável pela intensificação do IPC-Fipe, embora o resultado tenha ficado perto do previsto por ele. O analista pondera que já esperava uma elevação dos preços, mas a magnitude da alta dos itens in natura o surpreendeu.
Segundo Ramos, a aceleração dos alimentos "certamente" foi afetada pelos problemas na Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais do Estado de São Paulo (Ceagesp) na sexta-feira (14). "Já prevíamos que viria com taxa elevada, mas os problemas no Ceagesp reduziram a oferta de alimentos. Imediatamente foram captados pela Fipe", avaliou Ramos em entrevista a Agência Estado.
Meta
“A inflação dos alimentos está pegando agora e também vai pegar no segundo semestre. E não só no Brasil”, diz o economista-chefe do banco J. Safra, Carlos Kawall. No seu prognóstico, o alimento vai deixar de ajudar a inflação neste ano, em entrevista ao Jornal Estado de São Paulo.
Esse foi um dos motivos pelos quais ele ampliou de 6% para 6,3% a projeção do IPCA para 2014. Assim como Silveira, Kawall diz que o limite para o estouro do teto da meta da inflação acumulada em 12 meses ficou mais tênue. Ele projeta para julho um IPCA acumulado em 12 meses de 6,66% . “Mas isso pode ser antecipado”, adverte.
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