Anuário PeixeBR: piscicultura brasileira cresce 4,7% % em 2021
Aquicultura

Anuário PeixeBR: piscicultura brasileira cresce 4,7% % em 2021

Entidade destaca que a atividade foi diretamente impactada pela elevação dos insumos e matérias-primas

22 de fevereiro de 2022

A piscicultura brasileira cresceu 4,7% em 2021 e atingiu 841.005 toneladas produzidas, conforme dados do Anuário 2022 da Associação Brasileira da Piscicultura (PeixeBR) divulgados nesta terça-feira (22/02).
 
A edição confirmou a novamente a tilápia como a principal espécie de aquicultura no País. Foram 534.005 mil toneladas produzidas, um salto de 9,8% em relação ao ano anterior (486.255t). A espécie representou 63,5% da produção de peixes de cultivo como um todo, comprovando sua viabilidade para as condições brasileiras.
 
No período foram produzidos 262.370 t de peixes nativos (31,2% do total). O resultado representa um recuo de 5,85% em relação a 2020. Para a PeixeBR, vários fatores interferem no segmento de peixes nativos, como a regularização ambiental nos estados produtores, a necessidade de investimentos na infraestrutura de processamento e de insumos, além das dificuldades de comercialização impostas pela pandemia.
 
“O potencial é imenso”, assinala o presidente da PeixeBR, Francisco Medeiros. “É preciso olhar com muito carinho para o segmento. Esse é um desafio coletivo. Os peixes nativos representam um impressionante patrimônio nacional. São centenas de espécies com viabilidade econômica. Porém, os produtores estão acuados, sem motivação para grandes investimentos”, completa.
 
Já as outras espécies (carpas, trutas e pangasius) foram responsáveis por 5,3% da produção total de 2021, atingindo 44.585 toneladas: +17% sobre o resultado do ano anterior, comprovando o potencial do pangasius.
 
Ano difícil
 
O levantamento da PeixeBR mostra que ano a ano a atividade supera o cenário macroeconômico complexo e mantém média de crescimento de 5,6% desde 2014, ano que marca a criação da associação e o início da apuração de dados estatísticos sobre a piscicultura brasileira pela associação.
 
“A piscicultura representa a atividade de produção animal que mais cresce nos últimos anos. Obviamente que isso decorre do consumo ainda baixo (menos de 5 kg por habitante ao ano), mas também das características dos peixes de cultivo em termos de qualidade e segurança. A atividade é extremamente profissional, trabalha com boas práticas e utiliza modernas tecnologias em genética, sanidade, nutrição e equipamentos”, ressalta Francisco Medeiros.
 
 
Conforma entidade, a atividade foi diretamente impactada pela elevação dos insumos e matérias-primas para alimentação animal. Além dos macroingredientes (milho e farelo de soja), destaque para os microingredientes importados, que subiram em dólar e enfrentaram problemas de abastecimento regular durante diferentes períodos do ano.
 
Já no mercado interno, a manutenção dos elevados níveis de desemprego e a consequente redução do poder de compra da população também dificultaram a comercialização de peixes com rentabilidade aos produtores, especialmente em estados das regiões Norte e Nordeste.
 
“Não foi um ano fácil para os produtores de peixes de cultivo. A realidade foi muito diversa nos estados. Alguns mercados encontraram formas de manter ou até elevar os níveis de comercialização e outros enfrentaram mais dificuldades. A pandemia foi decisiva para este cenário, assim como foi – e está sendo – para a economia brasileira como um todo”, explica Medeiros.
 
Entre os pontos positivos do ano, o presidente executivo da PeixeBR destaca o crescimento das exportações e também o contínuo investimento das empresas verticalizadas em novos produtos para incentivar o consumo.
 
Créditos: Seafood Brasil/Acervo
 
 
 

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