Após Brexit, Reino Unido volta a comprar pescado do Brasil
Comercialização

Após Brexit, Reino Unido volta a comprar pescado do Brasil

Cavalinhas e Corvinas do Brasil foram as espécies mais vendidas para os britânicos no 1ª semestre do ano

31 de julho de 2023

Das 29.669 toneladas de pescado exportadas pelo Brasil neste primeiro semestre do ano, chama atenção a volta do Reino Unido entre os principais destinos da produção brasileira. De acordo com o Painel do Pescado, o país comprou cerca de 538 toneladas de pescado do Brasil de janeiro a junho de 2023.
 
Pelo volume, os britânicos desembolsaram cerca de US$ 615 mil dólares. O produto brasileiro foi comercializado a um preço médio de US$ 1.142 por tonelada. 
 
Do volume exportado ao Reino Unido, Cavalinhas e Corvinas foram as espécies mais vendidas, totalizando 409 toneladas e 125 toneladas, respectivamente.
 
Já estado de Santa Catarina foi o grande exportador nacional enviando 533 toneladas de pescado aos britânicos neste primeiro semestre de 2023.
 
Segundo Abraão Oliveira, da JubartData, essa compra de pescado brasileiro pelos britânicos é consequência de fatores como a grande demanda por peixes servidos em larga escala para a produção do fish and chips, da guerra entre Ucrânia e Rússia e de boas pescarias no Sul do Brasil.
 
Nos últimos anos, aconteceu que o segmento deste tipo de serviço de alimentação fora do lar do Reino Unido ficou muito comprometido. Se falava no fechamento de 6 mil restaurantes e então eles precisavam buscar novas alternativas de oferecer um produto de baixo valor comercial que pudesse ser em larga escala e, provavelmente, aliado a uma safra de cavalinha e corvina muito forte em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul”, conta.
 
Reestruturação no pós-Brexit
 
Após quatro anos de turbulência política causada pelo referendo do Brexit, muitas coisas mudaram nas vidas dos britânicos após o Reino Unido deixar a União Europeia, em 2020. Como destaca a BBC, o Brexit prevê, entre outras mudanças, o fim da livre circulação de pessoas, a imposição de controles aduaneiros e a limitação de serviços que antes fluíam de um lado para o outro sem grandes restrições.
 
Enquanto isso no mercado interno, a Seafood Source conta que o governo do Reino Unido anunciou recentemente novos planos de gestão pesqueira no pós-Brexit.
 
De acordo com o Departamento de Meio Ambiente, Alimentos e Assuntos Rurais do Reino Unido (Defra), as últimas reformas, divulgadas em 17 de julho de 2023, permitirão que a indústria aproveite as oportunidades existentes fora da União Europeia. Tais medidas envolveram a introdução de um “sistema de gestão pesqueira de classe mundial” que se baseie na melhor ciência disponível e na experiência dos pescadores do Reino Unido para garantir que os estoques de peixes permaneçam saudáveis ​​e sustentáveis. 
 
Como pontua o veículo, o objetivo é ajudar a indústria com os problemas trabalhistas, a burocracia logística e as disputas com a UE.
 
Em relação aos direitos de pesca após a saída do Reino Unido da UE, o novo sistema contará com planos de gerenciamento de pesca (FMPs), que a Defra disse serem essencialmente modelos de como gerenciar melhor os estoques de peixes.
 
A Defra publicou os seis primeiros planos, que incluem estratégias para diversas espécies de pescado, entre elas caranguejo, lagosta, vieiras e robalo.
 
Desenvolvidos ao longo de 18 meses, o objetivo dos FMPs é cumprir os compromissos originalmente codificados na Lei de Pesca do Reino Unido, de 2020. Eles incluem medidas que protegem os estoques, como fechamentos sazonais ou a implementação de estudos científicos e abordagens de longo prazo que fazem referência a evidências científicas atualizadas. A publicação destaca que as autoridades do Reino Unido pretendem eventualmente apresentar 43 FMPs.
 
A estratégia recém-anunciada também descreve o apoio a pequenas embarcações (com menos de 10 metros), removendo um limite de cotas e abrindo mais receita potencial para empresas menores.
 
Mais de 400 dessas embarcações na Inglaterra estão atualmente sujeitas a um limite de 350 quilos em relação à quantidade de peixes que podem transportar anualmente. A Defra pretende remover permanentemente o limite a partir de 1º de janeiro de 2024.
 
Créditos: Canva
 
 

, Brexit, Cavalinhas, Corvinas, fish and chips, JubartData, Painel do Pescado, pescado do Brasil, Reino Unido

 
publicidade 980x90 bares
 

Notícias do Pescado

 

 

 
SeafoodBrasil 2019(c) todos os direitos reservados. Desenvolvido por BR3