Aquicultura capta mais de R$ 550 milhões em 2020
Atividade ainda esbarra na falta de política ambiental
22 de fevereiro de 2021
No ano de 2020, a produção de peixes no Brasil chegou a captar R$ 437,25 milhões em valores de custeio do Banco Central. O montante utilizado pela atividade para investimentos somou-se a R$ 117,1 milhões, totalizando-se em mais de R$ 550 milhões em 2020, segundo dados do Anuário 2021 da Associação Brasileira da Piscicultura (PeixeBR) divulgados nesta segunda-feira (22/02).
Na apresentação dos dados, Francisco Medeiros, presidente executivo da Peixe BR, destacou a ligação entre o acesso às linhas de créditos e às políticas ambientais aplicadas nos Estados. Segundo ele, um exemplo nítido desta relação é do Paraná. No desempenho por Estados, com a produção de tilápia crescendo 11,5%, o Estado segue na liderança na produção de peixes de cultivo no Brasil. Em 2020, foram 172.000 toneladas contra 154.200 t no ano anterior.
“O modelo de negócio do Paraná funcionou e um dos fatores de sucesso é o licenciamento ambiental. Então, a hora que a gente olha no ranking, os Estados mais organizados são os que estão captando este recurso [linhas de créditos]. Quanto maior a questão do risco ambiental, menor é a captação de dinheiro. Hoje, não falta dinheiro no mercado financeiro, faltam condições de acesso a este mercado”, pontuou Medeiros.
Para ele, os gestores públicos precisam estar atentos que a política ambiental necessita ser implementada com celeridade. “Se nós observarmos o recurso de custeio no ano de 2019, o Paraná captou 33%. No ano de 2020, o Paraná já captou mais de 50%, ou aproximadamente de todo o custeio do sistema financeiro brasileiro. E por que isso acontece? Porque o pré-requisito para captação de recurso, inclusive para o PRONAF, é licenciamento ambiental”, frisou.
O Paraná foi o Estado que mais utilizou os recursos disponíveis nas várias linhas de crédito para custeio e investimentos. Foram R$ 152,2 milhões em custeio e R$ 29,5 milhões para investimentos. Em termos de custeio, puxada por Paraná e Santa Catarina (2º maior estado captador), a região Sul ficou com 50,7% dos recursos (R$ 221,8 milhões).
Em seguida vieram Nordeste (17,7% do total), Sudeste (13,6%), Nordeste (12,7%) e Centro-Oeste (5,3%).
Entre os Estados, além de PR e SC, os maiores foram Rondônia (R$ 38 milhões), São Paulo (R$ 29,6 milhões) e Minas Gerais (R$ 27,5 milhões).
Em relação às linhas de crédito para investimento, os R$ 117,1 milhões foram divididos entre Centro-Oeste (35%), Sul (31,8%), Nordeste (18%), Norte (8,5%) e Sudeste (6,7%).
Entre os Estados, os maiores captadores foram Paraná (R$ 29,5 milhões), Mato Grosso do Sul (R$ 27,7 milhões), Ceará (R$ 11,3 milhões), Mato Grosso (R$ 6,8 milhões) e Rondônia (R$ 6,6 milhões).
Créditos da imagem: Seafood Brasil/Acervo
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