Desenvolvida primeira linhagem de pacu resistente à Aeromonas
Exemplares de pacu (Piaractus mesopotamicus) geneticamente selecionados têm uma resistência maior à bactéria Aeromonas hydrophila
09 de fevereiro de 2021
Um grupo liderado por pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) apoiados pela Fapesp desenvolveu, pela primeira vez na América do Sul, uma linhagem de peixe nativo resistente a uma bactéria.
Os exemplares de pacu (Piaractus mesopotamicus) geneticamente selecionados têm uma resistência maior à bactéria Aeromonas hydrophila, responsável por prejuízos na piscicultura no mundo todo. Em média, a resistência a doenças em peixes aumenta entre 10% e 20% a cada nova geração.
O melhoramento foi possível graças a quatro estudos que determinaram, entre outros fatores, o tipo de herança genética e os genes responsáveis pela imunidade contra a bactéria.
As descobertas mais recentes foram publicadas na revista BMC Genomics (Acesse aqui parte do artigo).
“A única espécie de peixe melhorada produzida hoje no Brasil é exótica. A tilápia é um peixe africano que chegou já com um programa de melhoramento desenvolvido no exterior, que agora vem sendo aprimorado no país. Escolhemos o pacu porque ele é nativo e cultivado há cerca de 30 anos, mas toda a produção ainda é baseada em lotes sem melhoramento”, diz Diogo Teruo Hashimoto, pesquisador do Centro de Aquicultura da Unesp (Caunesp) e coordenador dos estudos.
Hashimoto coordena o projeto “Estudo de associação genômica ampla de baixo custo e predições genômicas para resistência a Aeromonas hydrophila em pacu (Piaractus mesopotamicus)”, financiado pela FAPESP em convênio com a Comisión Nacional de Investigación Científica y Tecnológica (CONICYT), do Chile. O projeto tem como líder no exterior José Yáñez, professor da Universidade do Chile.
No trabalho mais recente, os pesquisadores fizeram uma análise genômica de populações submetidas à infecção pela bactéria e descobriram várias regiões cromossômicas associadas à resistência. Foram encontrados pelo menos 38 genes relacionados ao sistema imune.
“É muito raro que apenas um ou dois genes tenham um papel determinante na resistência a algum patógeno em peixes. Nesse caso, provavelmente a combinação desses genes é que protege a espécie”, explica Hashimoto.
Créditos da imagem: Wikimedia
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