E-commerce alimentar dispara no Carrefour e GPA
Brasil tem grande potencial para crescer no segmento, diz gigante chinesa
30 de julho de 2020
Os balanços das duas maiores redes de varejo alimentício do Brasil para o semestre mostraram excelentes desempenhos no e-commerce alimentar. O Carrefour, que registrou alta de quase 75% no lucro ajustado do segundo trimestre ante o mesmo período de 2019, para R$ 713 milhões de abril a junho, apurou alta de 94% no comércio eletrônico ano a ano, para R$ 918 milhões.
Só as vendas online de alimentos saltaram 377% entre abril e junho, conforme as medidas de isolamento social impulsionaram compras pela internet. "Nossa operação de e-commerce alimentar se aproximou de um ponto de equilíbrio (breakeven) em junho", disse o CEO, Sébastien Durchon ao G1. "A penetração do online em vendas de alimentos era menos de 1% antes da crise e subiu para quase 8% em junho... É uma mudança sem volta", explicou o executivo.
O release divulgado à imprensa, funcionários e stakeholders mostrou como cresceu a representatividade online da varejista. A venda de alimentos pela internet cresceu 7,7% em junho em todo o Brasil, mas disparou 14% em São Paulo (SP) e 19% em Curitiba (PR).
A CNN Brasil traz uma abordagem que ressalta a estratégia digital da companhia. “O esforço da companhia para essa guinada digital trouxe resultados. Talvez o principal deles é que o Carrefour está perto de conseguir tornar a sua operação digital rentável – um sonho de todas as empresas que vendem pela internet e que poucas conseguem”, diz o texto.
Além da falta de rentabilidade, os supermercados foram resistentes à digitalização por causa dos altos custos logísticos, especialmente na entrega de itens perecíveis, sugere o veículo. As margens apertadas, manutenção das plataformas, concorrência a um clique e até demanda por parcelamento tornam tarefa difícil ganhar dinheiro com uma loja online. “A pandemia obrigou a empresa a mudar esse pensamento”, diz o texto.
O GPA também divulgou os resultados do primeiro semestre, que apresentaram lucro líquido de R$ 382 milhões no segundo trimestre, uma queda de 1,5% sobre o mesmo período de 2019. Já o Ebitda cresceu 94,9% ante o segundo trimestre de 2019, para R$ 1,542 bilhão. As operações de comércio eletrônico dispararam 272% sobre o segundo trimestre do ano passado, como efeito do isolamento social.
No documento repercutido em vários veículos, como o G1 , o grupo afirma que “o forte patamar de vendas promoveu uma diluição significativa das despesas fixas”. Isso teria permitido a companhia atingir resultados de crescimento de Ebitda em todos os negócios.
As vendas brutas subiram 26,4% na rede de atacarejo Assaí e 13,6% na unidade chamada "multivarejo", que envolve as bandeiras Extra, Pão de Açúcar e Compre Bem.
O aumento nas vendas totais da empresa foi de 61,1%, e no Brasil a alta foi de 20,1%.
O GPA credita o aumento à expansão do Assaí, que teve 21 lojas abertas nos últimos 12 meses, e à otimização do portfólio de lojas do Multivarejo, além da aceleração expressiva do ecossistema digital.
E-commerce potente na China
O site ecommerce Brasil repercute uma entrevista feita com Alexander Kremer, diretor de omnichannel da JD.com, a maior varejista online chinesa. A apresentação fez parte do segundo dia do Fórum E-Commerce Brasil – Global Edition.
Kremer explica que um dos pontos importantes para que o e-commerce tenha se tornado tão grande na China é que o setor corresponde a 25% do varejo físico. “No mercado chinês, as plataformas de e-commerce dominam mais de 90% do mercado. O Brasil tem um potencial enorme, com valores únicos e diferenciados para concorrer com outras plataformas e com o mercado offline”, analisa.
Para ele, o comércio eletrônico no Brasil pode ser tão grande quanto, mas, para isso, o país precisa ser ousado para investir em infraestrutura, logística e pagamento. “Certamente, a infraestrutura chinesa foi importante para ajudar o e-commerce a crescer, mas antes disso investimentos foram feitos. Durante a pandemia, passamos a atender 100 mil lares a mais graças a isso”, revela.
Uma pesquisa da Integrar Gerações, espaço de aprendizagem de Porto Alegre focado no público 60+, mostra que houve crescimento
de 34% nos serviços de delivery de alimentos durante a pandemia, segundo apurou o Jornal do Comercio.
Créditos da Imagem: Acervo Seafood Brasil
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