Estudo comprova benefício do ácido cítrico nas rações para tilápia
Aquicultura

Estudo comprova benefício do ácido cítrico nas rações para tilápia

Pesquisa da Embrapa e a UEMS constata que rações com ácido cítrico contribui com a morfologia intestinal da tilápia

12 de agosto de 2024

arroba publicidade

Os cientistas da Embrapa Meio Ambiente (SP), em conjunto com a Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), desenvolveram uma pesquisa que trouxe resultados muito promissores no uso do ácido cítrico como aditivo alimentar na dieta da tilápia.

Em resumo, o estudo conduzido por Hamilton Hisano, Giovanni Ferri e Alex Júnio Cardoso, da Embrapa Meio Ambiente, Israel Cardoso e Michelly Pereira Soares, da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul e Ricardo Borghesi, da Gerência-Geral de Parcerias da Embrapa, demonstrou que a suplementação realizada com o ácido cítrico aumentou de forma promissora a disponibilidade e o aproveitamento de fósforo em mais de 42%, bem como o de cálcio em mais de 47%. Além disso, a morfologia intestinal da tilápia foi afetada de forma positiva pela suplementação, o que acabou sugerindo uma melhora na saúde gastrointestinal dos peixes. “Esse estudo pioneiro mostra o potencial desses aditivos alimentares na aquicultura, abrindo caminho para uma produção sustentável e saudável de peixes”, declara Israel Cardoso.

Para conferir o estudo completo, clique neste link

O ácido cítrico é um ácido orgânico que possui custo acessível e sabor agradável o que em síntese, faz dele muito usado em aditivo alimentar para diversas espécies de animais de interesse zootécnico. No entanto, ainda não existem muitas informações disponíveis de seu uso para organismos aquáticos, o que fez esse estudo se concentrar em avaliar os seus efeitos no crescimento e na saúde da tilápia (Oreochromis niloticus).

Destrinchando o estudo

Segundo Hamilton Hisano, coordenador da pesquisa e pesquisador da Embrapa, a adição do ácido cítrico nas rações para tilápias contribui significativamente para a melhoria da disponibilidade de fósforo e cálcio, mas também impactou de forma positiva na morfologia intestinal dos peixes dessa espécie.

“Apesar de a suplementação de ácido cítrico não impactar significativamente o crescimento ou a composição corporal das tilápias, a melhora no aproveitamento de alguns macrominerais, em especial o fósforo, é fundamental para o desenvolvimento de dietas ambientalmente amigáveis, uma vez que isso proporciona uma menor liberação de fósforo aos ecossistemas aquáticos, que é um dos principais poluidores desses ambientes”, comenta Hisano.

Por outro lado, outras vantagens da suplementação com ácido cítrico indicam ainda melhora no estado imunológico dos peixes, que por sua vez, pode contribuir para redução do uso de antimicrobianos na produção. “Isso favorece a imagem do produto junto ao mercado consumidor, uma vez que a utilização de tais substâncias na alimentação animal é motivo de preocupação em todo o mundo, devido aos seus riscos à saúde humana”, explica Ricardo Borghesi, pesquisador da Gerência-Geral de Parcerias da Embrapa.

O ácido cítrico: benefícios e o futuro

Em resumo, a incorporação de ácido cítrico em rações dietéticas geralmente ocorre por seus efeitos benéficos no crescimento dos animais – por isso, é utilizado nas concentrações de 1%, 2%, 3% e 4%.

“Temos trabalhado intensamente para melhorar a absorção de cálcio e fósforo, focando especialmente no fósforo, que é um poluente aquático. Estamos atentos à tendência mundial de desenvolver rações mais amigáveis ao meio ambiente. Essa abordagem abre a possibilidade de se criar um selo de Ração de Menor Impacto Ambiental”, diz Hisano. Por fim, o pesquisador defende que as certificadoras considerem como esses aditivos podem não só promover o crescimento e a saúde dos peixes, mas também minimizar o impacto ambiental.

Crédito imagens: Seafood Brasil 

ácido cítrico, Embrapa, estudo, pesquisa, ração, tilapicultura, tilápia, UEMS

 
publicidade 980x90 bares
 

Notícias do Pescado

 

 

 
SeafoodBrasil 2019(c) todos os direitos reservados. Desenvolvido por BR3