Fórum internacional, concurso, aulas-show, painéis e mais na SSLA
Comercialização

Fórum internacional, concurso, aulas-show, painéis e mais na SSLA

2º dia da Seafood Show Latin America (SSLA) recebeu diversas atrações no Pro Magno Centro de Eventos, em São Paulo

20 de outubro de 2022

O 2º dia da Seafood Show Latin America (SSLA) foi bastante movimentado e contou com diversas atrações, como o Fórum de Internacionalização do Pescado Brasileiro, o espaço da  Abrasel para aulas-show e promoção da gastronomia do pescado, atrações da Culinária japonesa, concurso Melhores Peixeiros do Brasil, Rodadas de Negócios e painéis.
 
A SSLA é uma feira de negócios para produtores de pescado frescos e congelados, distribuidoras, frigoríficos, importadores e a cadeia de maquinário auxiliar. Organizada pela Francal Feiras e Seafood Brasil,  o evento foi até a quarta-feira (19) de outubro, das 13h às 20h, no Pro Magno Centro de Eventos, em São Paulo.
 
Confira a seguir alguns dos destaques do 2º dia:
 
Fórum de Internacionalização do Pescado Brasileiro
 
Apresentar contexto, números, desafios e oportunidades para que a produção nacional de pescado e frutos do mar conquiste novos mercados no exterior. Este foi o objetivo do Fórum de Internacionalização do Pescado Brasileiro, realizado como parte da programação de conteúdo da  Seafood Show Latin America, e também transmitido via online.
 
Participaram do fórum Jairo Gund, Secretário de Aquicultura e Pesca do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SAP/Mapa), Marcel Moreira, diretor do Departamento de Promoção Comercial e Investimentos da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais, e Deborah Rossoni, gerente de Competitividade e Ensino da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). Ricardo Torres, editor-chefe da Seafood Brasil, atuou como mediador.
 
 
Por meio de um vídeo gravado, o ministro do Mapa, Marcos Montes, deixou uma mensagem reforçando o potencial internacional do pescado brasileiro. “Já somos destaques na exportação de outras proteínas animais e grãos, que estão sempre quebrando recordes. Agora é a vez do pescado. Temos todas as condições para sermos grandes produtores e exportadores desses produtos”, afirmou, destacando que o governo vem desenvolvendo ações para estimular a produtividade, a sustentabilidade e a competitividade do setor.
 
Na sua apresentação, Gund mostrou números que ajudam a contextualizar o momento das exportações de pescados. São informações que revelam gargalos e oportunidades que podem ser abordadas em ações e planejamentos estratégicos. 
 
O secretário mostrou que 51% do business mundial de proteína animal é de pescado, no entanto, o Brasil ainda ocupa apenas a 50ª posição no ranking de exportadores globais desse produto, ao mesmo tempo que é o 30º maior importador. “Nosso objetivo é fazer o setor ir cada vez mais longe, explorando todo seu potencial. Mas, além de gerar negócios, queremos construir uma imagem do Brasil no exterior como produtor que tem qualidade com sustentabilidade”, afirmou Gund.
 
Em sua fala, Moreira apresentou quais iniciativas têm estado em andamento na Secretaria de Comércio e Relações Internacionais. “Desde 2019, já conseguimos a abertura de 233 novos mercados para o pescado brasileiro no exterior. São mercados em diferentes países e para diferentes tipos de espécies e produtos”, conta Moreira, ilustrando quais são as etapas, dificuldades e pontos críticos para a execução desse trabalho.
 
“É um trabalho feito por nossos 28 adidos agrícolas que atuam em 27 países com o objetivo de facilitar a promoção comercial do agro brasileiro”, informa Moreira. “Porém, muitos desses adidos não tinham informações completas sobre o potencial dos pescados brasileiros. Mas isso vem mudando e as ações tendem a ser mais consistentes.”
 
Para conquistar os novos objetivos, Moreira aponta que os próximos passos incluem ações de definição de prioridades do setor, avaliação de espécies e seus potenciais de exportação e iniciar negociações em mercados ainda fechados. Todas as ações sempre em linha com a melhora da imagem do Brasil no exterior.
 
Já Rossoni, em sua apresentação, falou sobre o papel fundamental que a Apex-Brasil exerce no estímulo à internacionalização de produtos brasileiros e como pode ajudar o setor de pescados a conquistar mais espaço. “A Apex está aqui para ajudar a mudar a realidade do setor. Queremos olhar para as oportunidades e pensar o que podemos melhorar para conquistar novas oportunidades. Queremos construir um projeto setorial juntos”, enfatizou.
 
Ela ainda destacou os principais motivos pelos quais as empresas devem buscar a exportação de seus produtos. Entre eles estão o aumento de produtividade, a otimização de custos, a mitigação dos impactos de sazonalidades nas vendas e o valor que isso agrega à marca. Por outro lado, trouxe também os desafios de exportar, o que demanda investimentos, estratégias bem definidas, capacidade logística e, sobretudo, qualificação. 
 
Entre as ações que a Apex-Brasil realiza para qualificar exportadores estão oficinas de competitividade, seminários sobre mercados estratégicos e cursos de marketing internacional. “É preciso ter preparo para atuar no mercado externo. Muitas pessoas investem em participar de feiras no exterior, mas não preparam uma tabela de preços em dólar, não estudam o mercado local. É preciso se qualificar adequadamente para obter sucesso”, alerta Rossoni.
 
Abrasel abre espaço para aulas-show e promove a gastronomia do pescado
 
Quem compareceu ao espaço da Abrasel na feira de São Paulo pode assistir a aula-show de gastronomia e ainda degustou o prato feito no evento. Em realização com a Bares SP, a instituição busca promover a culinária do pescado e apresentar, de modo prático, as novidades e tendências do setor. 
 
“A nossa missão é desenvolver o setor de alimentação fora do lar. Promover os parceiros, fornecedores e as empresas. Convidamos nossos associados para vir, participar e conhecer novos produtos. Gostamos muito e vemos a grande relevância de estar nesta feira, que é bem segmentada e muito organizada”, contou Ana Salles, diretora da Abrasel.
 
No dia 17, a Chef Tia Nice, da Organicamente Rango, e o Chef Edson Leite, da gastronomia periférica, foram os apresentadores. A tradicional abertura e corte de um atum de 40kg, segundo a tradição japonesa, aconteceu no dia 18 e teve a participação do consultor César Calzavara e da Chef Nanci Emi Kawahito, sócia da Nagoya Sushi School. Por fim, o Chef Guilherme Tedeschi, do restaurante Nanmi, e Valdeci Seixas de Figueiredo, especialista em cortes de peixes amazônicos do restaurante Nanmi, fecharam o evento no dia 19.
 
“Este mercado é muito importante para nós, estamos aqui para divulgar esses produtos e levar o conhecimento aos associados. Sempre procuramos levar informação, com as modernidades e as tendências. Além de mostrar  uso diferentes dos pescados, também aprendemos sobre sustentabilidade. Gostamos de mostrar essas novas ideias para buscar mais iniciativas”, concluiu.
 
Quais as possibilidades para estimular o consumo de camarão?
 
Fábio Sussel, pesquisador científico do Instituto de Pesca de São Paulo, moderou o painel ‘Produção, Comércio e Perspectivas: Camarão’ nesta terça (18), na Seafood Show Latin America. O encontro teve por objetivo  mostrar a produção, o comércio e quais são as possibilidades para que o consumo de camarão aumente no Brasil.
 
Gentil Linhares, diretor comercial da Bomar Pescados, abriu a conversa destacando a importância de reduzir o desperdício. “Só a cabeça chega a representar 30% do produto. Se ele for descascado, o peso cai pela metade do que era antes. Procuramos, além da farinha, fazer outros itens saborizados, como os salgadinhos”, destacou.
 
Aproveitar melhor o produto ajuda a evitar o desperdício e também a reduzir o preço para o consumidor final. “Ainda tem quem compre o camarão por custo e não vê o rendimento sem glaciamento, citado comumente pelo termo em inglês glazing. Esse gelo que vem por fora melhora a conservação, mas o peso do produto final, após perder a água tanto externa quanto interna, acaba sendo bem inferior. Tentamos fazer essa conscientização”, apontou André Castro, chef e sócio da Villa Camarão.
 
Atualmente, o camarão já tem um custo que se equipara com o filé mignon, mas mesmo assim restaurantes insistem em manter os pratos mais caros, por considerar o item como premium, principalmente por despertar desejo nas pessoas, que aguardam por datas especiais para consumí-lo. 
 
“Precisamos aproveitar essa onda para impulsionar o consumo. Nós buscamos levar ao consumidor um camarão de qualidade e com baixo custo. Estamos melhorando nosso processo industrial e reduzindo as perdas. É preciso ver o valor agregado do camarão, pois, cada vez mais, o consumidor busca mais comodidade e facilidade”, concluiu Christianny Maia, diretora comercial da Potiporã.
 
Tilápia também cresce
 
Na sequência, no painel ‘Produção, Comércio e Perspectivas: Tilápia’, Fernanda Queiróz e Silva, técnica em aquicultura da Prefeitura de Joinville, trouxe importantes dados sobre a tilápia, que cresceu 10% no Brasil, que no último ano tornou-se o quarto maior produtor do mundo. A aquicultura movimentou 8 bilhões de reais no País.
 
Felipe Junqueira, sócio da BTJ, Nicolas Landolt, CEO da Tilabras Aquacultura, e Ramon Amaral, sócio da Brazilian Fish, também estiveram no painel para traçar as tendências do mercado neste momento em que os consumidores estão buscando por opções mais saudáveis.
 
“É de preparo simples, fácil de fazer e sem cheiro. Temos que agregar valor e ter produtos de qualidade, buscando sempre ampliar nosso portfólio para não deixar tudo concentrado no filé, que representa apenas 33% do peso total. A tilápia tem condições de concorrer com outros pescados e, até mesmo, com outras proteínas”, avaliou Ramon. 
 
Culinária japonesa concentra atenções no segundo 
 
Lotado, o espaço Arena Talks abrigou o Encontro da Culinária Japonesa da Associação Brasileira de Gastronomia Japonesa (ABGJ). Chefs e especialistas debateram o uso mais racional de espécies em receitas da cozinha nipônica. 
 
“Os pescados apresentam propriedades muito distintas dependendo do habitat e da época do ano. Uma mesma espécie de anchova pescada no Rio Grande do Sul não terá o mesmo sabor e textura de uma anchova pescada no Rio de Janeiro”, afirmou Roberto Imai, presidente do Sindicato da Indústria de Pesca do Estado de São Paulo, diretor do DEAGRO/FIESP e moderador do encontro. “É preciso tirar o melhor proveito do peixe na melhor época. Essa consciência tem se difundido, mas ainda é incipiente no Brasil. No Japão falamos, por exemplo, em ‘cavalinha de Hokkaido’. O peixe tem nome e sobrenome, que indicam sua condição”.
 
Para Telma Shiraishi, chef e sócia do restaurante Aizomê, de São Paulo, uma premissa importante da cultura japonesa é a de que tudo se baseia em sazonalidade, além da valorização do que é local. “Não faz sentido, inclusive do ponto de vista da sustentabilidade, defender uma ‘culinária japonesa raiz’ baseada em produtos trazidos do outro lado do globo. Cada país precisa aproveitar suas próprias espécies”, comentou a especialista. 
 
 
Especialista em qualidade do pescado, César Calzavara concordou com os pares e destacou a oportunidade de o mercado ir além do arraigado uso do salmão. “O grande diferencial tende a ser esse: utilizar mais o que está próximo de nós em vez de buscar o que é exótico por ser desconhecido”, afirmou. “As fontes mais próximas e o peixe ‘com nome e sobrenome’, inclusive, facilitam o controle de qualidade, muito importante quando falamos em culinária japonesa”, acrescentou o perito. Participaram ainda do painel Marcelo Shiraishi, presidente da ABGJ e gestor do Aizomê; Simone Xirata, vice-presidente da ABGJ e sócia do Jojo Ramen; Alexandre Saber, diretor do Sassá Sushi; e Gustavo Adolfo Marconcim, diretor técnico da Lex Experts. 
 
Concurso Melhores Peixeiros do Brasil
 
Em sua primeira edição, a feira mostrou também seu compromisso com a valorização do profissional que, muitas vezes, é o último elo entre a cadeia produtiva e o consumidor final. Com o concurso Melhores Peixeiros do Brasil, além de valorizar a profissão, o evento ainda busca estimular a exposição criativa de pescados frescos no ponto de venda.
 
Para esta primeira edição do concurso, a rede Carrefour indicou duas de suas melhores equipes de peixeiros para uma disputa que reuniu uma grande quantidade de público no local da apresentação. Em duas salas aquário lado a lado, as equipes foram desafiadas a realizar uma montagem caprichada de exposição de pescados diversos.
 
Para eleger a melhor montagem de exposição, o público foi convidado a votar por meio de um QR Code divulgado no local da prova. Os vencedores serão anunciados durante o jantar que será oferecido pela organização a convidados no final do segundo dia do evento.
 
Os produtos frescos utilizados foram uma cortesia da New Fish, que comercializa pescados de diversas linhas e tipos e faz parte dos expositores da feira. “Manusear esses produtos com destreza e qualidade é uma arte e, para isso, são necessários produtos de alta qualidade que tivemos o prazer de fornecer”, relata Daynna Palmeira, representante da New Fish presente no momento da montagem.
 
Destreza e experiência foi o que definiu a escolha dos participantes, além do amor à profissão. Atuando na área há dez anos, André Ricardo de Oliveira é o peixeiro que lidera uma das equipes. Ele trabalha no Carrefour Imigrantes e tem como expectativa levar um bom aprendizado desse concurso, do qual se sente muito orgulhoso em participar. “Estou torcendo para que a gente saia vitorioso. Mas o mais importante para mim e para o time é o orgulho de ver nosso trabalho reconhecido”, afirma entusiasmado.
 
Esse mesmo orgulho é compartilhado por Rogério Sérgio Ferreira, peixeiro do Carrefour de São José dos Campos. São 19 anos de experiência na área de pescados e uma grande felicidade pelo reconhecimento. “Tenho certeza de que qualquer profissional da área se sentiria muito realizado de ver seu trabalho recebendo todo esse destaque e atenção. Eu e meu time estamos muito felizes de estar aqui e esperamos poder fazer nosso melhor e mostrar para o público um pouco do trabalho que fazemos todos os dias”, diz animado.
 
Segundo Meg Felippe, diretora Comercial do Grupo Carrefour Brasil, a empresa recebeu com entusiasmo o convite para participar dessa iniciativa. “Ficamos muito animados de poder participar desta primeira edição do concurso. Há anos que buscamos meios de valorizar esses profissionais que têm uma importância imensa para a qualidade dos produtos frescos que oferecemos”, aponta Felippe.
 
A diretora ainda ressalta que, além do talento, a relevância dos peixeiros em uma rede como o Carrefour é algo que é percebido diariamente. “A seção de pescados é a única dentro de um supermercado que precisa renascer todos os dias. Isso porque, ao trabalhar com produtos frescos, precisa ser desmontada todo final de expediente e remontada no dia seguinte. Fazer isso com qualidade e com zelo é uma atividade muito importante.”
 
Sobre a feira, Felippe afirma que é um evento muito valioso para o segmento e que é importante estar presente em uma feira que busca inovar e valorizar profissionais do setor. “Estarmos aqui demonstra o quanto nós acreditamos na força do pescado e desse mercado que cresce cada vez mais.”
 
Atum de 55 quilos vira iguaria japonesa para degustação
 
A culinária japonesa foi também o destaque no segundo dia do Seafood Service Show, série de aulas-show apresentadas na Seafood Show Latin America. Um belo exemplar de atum, pesando 55 quilos, serviu de base para a chef Nanci Emi Kawahito, da Nagoya Sushi School, preparar uma iguaria para degustação do público – que, aliás, compareceu em peso à sessão.
 
Nanci utilizou o atum para preparar um Tekonezushi, prato típico dos pescadores da província de Mie, no Japão. Trata-se de um tipo de chirashi (sushi desconstruído) em que pedaços de peixe vermelho são marinados em molho shoyu com açúcar e misturados a shari (arroz temperado para sushi).
 
Antes da aula-show, os espectadores puderam saber mais sobre as diferentes espécies de atum, por meio de uma apresentação do especialista em pescado Cesar Calzavara, e sobre o Projeto Albatroz – iniciativa patrocinada pela Petrobras e que há 33 anos combate a captura acidental de aves e tartarugas na pesca do atum e de outros peixes. “O uso de bandeirinhas, de pesos nas iscas e do lançamento dos espinhéis à noite são medidas simples e que ajudam bastante a proteger a morte de animais ameaçados de extinção”, explicou Tatiana Neves, coordenadora geral do Projeto.
 
Rodadas de Negócios estimulam 140 reuniões
 
Dentro da proposta de se consolidar como a principal plataforma na América Latina para conexão entre atores da cadeia de valor dos pescados e frutos do mar, a  Seafood Show Latin America decidiu promover Rodadas de Negócios ao longo de seus três dias. A bem-sucedida iniciativa tem o patrocínio do SEBRAE. 
 
“Registramos inscrições de 15 empresas compradoras e 40 expositores, resultando em 140 encontros previamente agendados. A expectativa, no entanto, é que esse número aumente no decorrer do evento”, relata Valeska Ciré, head da feira.
 
A executiva ressalta a grande expectativa pela ampliação de negócios do setor. “O consumo per capita de pescados na América Latina é de aproximadamente 10 kg, enquanto a média global é superior a 20 kg. Ou seja, o potencial para crescimento é enorme”, complementa Valeska. Ao final do evento, os organizadores devem divulgar uma estimativa de negócios potencialmente impulsionados em curto e médio prazo.
 
Saiba mais sobre a Seafood Show Latin America aqui.
 
Créditos: Organização Seafood Show Latin America
 

9º Simcope, ABGJ, Abrasel, Agrifutura, Encontro da Gastron, evento de pescado, Francal Feiras, Seafood Innovation Show, Seafood Service Show by Abrasel, Seafood Show Latin America, Seafood Talk Show

 
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