IBGE e Embrapa firmam acordo que aprimora estatísticas na aquicultura
Nova parceria vai aperfeiçoar a identificação de viveiros escavados e vai aumentar o percentual de validação dos tanques mapeados
25 de novembro de 2024
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) e a Embrapa Territorial assinaram juntos um acordo de cooperação técnica para aperfeiçoar a identificação de viveiros escavados para aprimorar as estatísticas da aquicultura brasileira. Com duração de 5 anos, em resumo, o acordo assinado terá um foco inicial na aquicultura, mas poderá ser ampliado para incluir outras atividades agrícolas.
Em síntese, a parceria prevê a integração dos dados espaciais do mapeamento de viveiros escavados, que é realizado pela Embrapa Territorial, com os de produção aquícola presentes no Censo Agropecuário. Dessa forma, a expectativa é aumentar o percentual de validação dos tanques mapeados, melhorando assim a precisão do mapeamento, subsidiando ainda de forma prévia os recenseadores com a localização de unidades de produção aquícola, melhorando a cobertura censitária.
Com a integração das bases de dados, a ideia é que se possam realizar análises para identificar unidades de produção aquícolas coincidentes. Sendo assim, para que isto aconteça, as equipes vão comparar os polígonos de tanques escavados fornecidos pela Embrapa com as coordenadas geográficas dos estabelecimentos agropecuários, tudo isso considerando as distâncias entre eles. Ou seja, os polígonos que não coincidirem com os estabelecimentos serão incluídos nas listas censitárias para identificação e confirmação da presença de atividade aquícola durante a coleta do 12º Censo Agropecuário, prevista para ocorrer em 2025.
Por outro lado, os municípios com tanques escavados já identificados serão compartilhados com a rede de coleta do IBGE para avaliação. Dessa forma, é possível ver se eles estão contemplados nas estimativas da Produção Pecuária Municipal (PPM). Caso contrário, serão empreendidos esforços para a sua inclusão nas estimativas anuais.
“Nossa expectativa é aprimorar o planejamento do censo, a supervisão e a crítica dos dados coletados, e ampliar o uso do sensoriamento remoto nas estatísticas agropecuárias”, disse Octávio de Oliveira, coordenador de Agropecuária do IBGE. O coordenador ainda considera que a melhoria da avaliação da cobertura de ação, com a garantia de que as unidades de interesse aquícola sejam identificadas e visitadas. “Isso traz um impacto altamente positivo para a visibilidade dos dados aquícolas levantados pelo censo.”
Precisão de dados e tipificação
De forma geral, como os estudos foram desenvolvidos em um recorte temporal muito próximo - o mapeamento, de 2018, e o Censo Agropecuário, de 2017 -, em resumo, espera-se que eles apresentem cenários semelhantes para retratar a expansão da atividade aquícola, o que vai contribuir para aprimorar a precisão dos viveiros escavados mapeados pela Embrapa. Lucíola Magalhães, chefe-adjunta de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Territorial, ressalta que o mapeamento adotou técnicas modernas de sensoriamento remoto, mas não pôde contar com uma validação em campo extensiva. “A validação realizada na época se baseou em dados secundários, como licenciamento ambiental e outorga de uso d'água.”
Outra atividade prevista é a tipificação dos estabelecimentos agropecuários com produção aquícola. Nela, a equipe de geoprocessamento da Embrapa fará a caracterização destas unidades produtivas, considerando o tamanho das lâminas d'água, tamanho do imóvel rural e áreas dedicadas à vegetação nativa (dados do Cadastro Ambiental Rural), atividade aquícola desenvolvida na propriedade, além de informações censitárias, como faixa etária, sexo, nível de escolaridade do proprietário.
Sendo assim, o cruzamento dos dados da produção aquícola com os dados territoriais do CAR ajudará a compreender o compromisso assumido por estes produtores para a preservação ambiental. “Quando cruzarmos os dados do CAR, do IBGE e do mapeamento viveiro escavado, podemos demonstrar que ali há uma propriedade que cumpre os critérios ambientais”, avalia Magalhães.
Atualização dos dados
A Embrapa Territorial também está atualizando o mapeamento dos viveiros escavados, em parceria com o Ministério da Pesca e Aquicultura. O primeiro estudo abrangeu 513 municípios brasileiros, resultando na identificação de mais de 78 mil hectares de viveiros escavados para produção aquícola no Brasil. Agora, em resumo, serão mapeados 1.096 municípios brasileiros, considerando as maiores concentrações de produção aquícola registradas nos PPMs de 2018 e 2022, e nas lâminas d’água - uma informação recente disponibilizada pelo IBGE.
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Créditos imagem: Canva
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