Lições da Covid-19 e a recuperação de vendas do salmão chileno
Dado o comportamento de 2022, chilenos pensam em uma exportação recorde em dólares para o final do ano no Brasil
01 de novembro de 2022
Por: Arturo Clément, Presidente da SalmonChile
Depois de quase dois anos, agora podemos dizer com mais confiança que a pandemia da Covid-19 está se tornando coisa do passado. Os mercados começaram a voltar aos níveis pré-pandemia e o Brasil, obviamente, é um deles. Um ponto a ser observado é que a indústria chilena de salmão, ao contrário de outras indústrias, nunca deixou de operar durante a pandemia graças aos seus altos padrões sanitários.
Outra das lições que a Covid nos deixou foi como o salmão pode ser flexível. Se em poucos meses o food service desapareceu, por outro lado, os consumidores descobriram que era uma proteína fácil de preparar em casa, o que aumentou na forma de vendas importantes nos supermercados e que levou a uma rápida adaptação nos canais de venda online.
Outro ponto interessante foi que com o passar do tempo e devido ao confinamento e quarentenas, as pessoas começaram a procurar por alimentos mais saudáveis, e o salmão, uma proteína saudável rica em Ômega 3, começou a agregar novos seguidores.
Do ponto de vista do consumo, a pandemia trouxe ajustes nos hábitos de consumo e preferências que ainda permanecem. O maior consumo em casa levou à experimentação na cozinha, ao preparo de receitas em casa e a utilização de novos ingredientes e alimentos que antes não eram usuais. Esta tendência continuou e aumentou a demanda de salmão do Chile nos principais mercados.
Outro impacto que a pandemia teve nos hábitos de consumo é a preocupação em comer bem, de forma saudável e nutritiva e esse hábito já era um importante impulsionador do consumo em países como o Brasil. Mas a pandemia colocou um foco geral na questão saudável, bem como gerou uma preocupação no consumidor final em obter informações sobre os alimentos que consome (saber sobre a sua origem, por exemplo). Nesse sentido, campanhas como a do salmão chileno nos EUA e no Brasil têm sido importantes para comunicar as características do sul do Chile que tornam a produção do salmão chileno de qualidade.
Do ponto de vista das vendas no food service, a participação do salmão chileno ainda é superior a 70%. Apesar do efeito recessivo que a pandemia teve nas vendas deste canal, houve um crescimento e consolidação significativos das vendas não presenciais, como delivery, dark kitchens, delivery local, etc. Este último hábito parece ter se consolidado fortemente, pois gerou uma grande aceitação por parte dos consumidores mais jovens.
A pandemia gerou um crescimento significativo no varejo dado o encerramento dos restaurantes e a transferência das vendas ao online. Por exemplo, durante o ano de 2021, a mídia brasileira falou de um crescimento de 30% nas vendas de alimentos (geral) no varejo no 1º semestre, o que levou a uma melhora e crescimento na venda de salmão neste canal – canal que cresce tanto nas vendas presenciais, como nas vendas não presenciais (entrega).
Recuperação nas vendas de salmão chileno
Neste último semestre de 2022, o mercado brasileiro está estável com volumes próximos aos do ano anterior, pequenos, altos e baixos, mas com altos volumes de 80-100 caminhões semanais. Nessas épocas do ano e como no mercado norte-americano, a demanda cai um pouco, retomando a dinâmica nos meses anteriores ao final do ano.
Atualmente, no acumulado de janeiro a julho de 2022, as exportações para o Brasil foram de 64.542 toneladas, representando 11,65% do total exportado de salmão, liderado pelos EUA com 233.482 toneladas (42,15%) seguido pelo Japão com 108.177 toneladas (19,53).
Em relação aos anos anteriores, os níveis de toneladas de 2019 a 2021 permaneceram constantes. Durante 2020, por conta da pandemia, houve um reajuste de preço para baixo, o que gerou uma recuperação nas exportações em 2021. Dado o comportamento de 2022, se pode pensar em uma exportação recorde em dólares para o final do ano no Brasil.
Do ponto de vista de sua produção, a indústria de salmão chilena colheu um total de 978.287 toneladas em 2021, e este ano (maio de 2022) um total de 377.278 toneladas. Desta forma, a produção de salmão chileno mostra um declínio desde 2020.
Créditos: SalmonChile
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