Mesmo na pandemia, Noruega exportou 2,7 milhões de t de frutos do mar
Já no Brasil, importante mercado para as exportações, sobretudo de saithe, o período foi exigente para o bacalhau norueguês
12 de janeiro de 2021
Mesmo diante de todos os desafios provocados pela pandemia do novo coronavírus, o Conselho Norueguês da Pesca e o Ministério da Pesca e Aquicultura da Noruega consideram que o balanço anual da indústria de frutos do mar referente ao ano 2020 foi positivo. A Noruega exportou 2,7 milhões de toneladas de frutos do mar, o que equivale a 37 milhões de refeições todos os dias ao longo de um ano ou 25 mil refeições por minuto.
No geral, o balanço do ano norueguês teve o volume total das exportações de frutos do mar aumentando 2% em 2020, embora o valor tenha diminuído 1%. "Embora 2020 tenha sido um ano muito diferente, muitas de nossas exportações de frutos do mar conseguiram superar os maiores desafios ligados à pandemia do coronavírus”, falou Renate Larsen, CEO do Conselho Norueguês da Pesca.
Conforme ele, foi possível verificar no período o quão forte o pescado norueguês é globalmente, assim como a capacidade da indústria de adaptar-se rapidamente. Com o isolamento social “fechando” as sociedades, as exportações de frutos do mar daquele país perderam vendas importantes para restaurantes e hotéis. “Houve desafios de logística e as vendas de frutos do mar foram em grande parte direcionadas para redes de mercearia, compras online e serviços de entrega", disse.
"Estou feliz que as exportações de frutos do mar mais uma vez ultrapassaram a marca de 100 bilhões NOK em valor de exportação. A primeira vez que conseguimos isso foi em 2019, e agora repetimos esse feito em 2020, ano de pandemia. É fantástico", indica Odd Emil Ingebrigtsen, Ministro da Pesca e Aquicultura.
"A indústria merece crédito pela maneira como se adaptou às condições de mercado incertas e difíceis em 2020. Isso contribuiu amplamente para o bom desempenho das exportações de frutos do mar em todo o ano de coronavírus", afirma Odd Emil Ingebrigtsen.
O ano passado registrou o segundo melhor período de todos os tempos para as exportações de frutos do mar da Noruega.
No Brasil
Já no Brasil, importante mercado para as exportações, sobretudo de saithe, o período foi exigente para o bacalhau norueguês.
Segundo Øystein Valanes, diretor do Conselho Norueguês da Pesca ao Brasil, além da pandemia, o País ainda teve que lidar com os baixos preços do petróleo que provocaram uma desvalorização do real frente ao dólar. “Porém, os estoques baixos e a proximidade da Páscoa, que é o período de vendas mais importante do bacalhau norueguês no Brasil, contribuíram para o aumento das exportações de bacalhau e saithe para o país já em dezembro, em comparação com o mesmo mês de 2019", destacou.
Ao mesmo tempo, o valor do saithe manteve-se bastante estável em 2020 em comparação com 2019.
Resultado satisfatório e novas tendências
Os principais fatores que contribuíram para o resultado satisfatório das exportações norueguesas em 2020, foram: o enfraquecimento da moeda local (Coroa Norueguesa); Capacidade de adaptação da indústria; Espécies individuais, como a cavala e o arenque, tiveram um forte crescimento; O valor de exportação do salmão é o segundo maior de todos os tempos; e os frutos do mar noruegueses são produtos procurados globalmente.
Para Renate Larsen, o bom desempenho também está relacionado com o fato dos frutos do mar noruegueses responderem a muitas das tendências de crescimento do comportamento do consumidor, como um maior enfoque nas escolhas baseadas em valores relacionados à saúde e sustentabilidade.
“Esta é uma boa notícia quando esperamos que, muito em breve, teremos o fim da pandemia. O mercado de restaurantes vai reabrir aos poucos enquanto vemos que muitos consumidores aprenderam a fazer peixe e mariscos em casa", afirmou.
Em números
Em 2020, as exportações de bacalhau foram de 83.400 toneladas. Só o saithe, segunda maior espécie em volume de exportações entre os peixes brancos, registrou 99,4 mil toneladas. Já as exportações de bacalhau fresco em 2020 foram de 172.000 toneladas.
O salmão, que é a maior espécie medida em volume e valor, registrou 1,1 milhão de toneladas exportadas. O volume de exportação representa um aumento de 2%.
No ano passado, as exportações de truta chegaram a 71.800 toneladas. O volume de exportação aumentou 21%.
O volume de exportação de cavala em 2020 totalizou 300.000 toneladas.Um salto de 26% em relação a 2019.
O arenque também experimentou forte crescimento de valor no ano passado com . 316.000 toneladas de arenque exportadas.
Já as exportações de hadoque em 2020 alcançaram a marca de 58.700 toneladas.
Créditos da imagem: Tom Haga/Conselho Norueguês da Pesca
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