Mudanças climáticas prejudicam estoques pesqueiros, diz cientista
Marcelo Soares, da Labomar, revela que a temperatura dos oceanos ao redor do planeta Terra aumentou 0.9º Celsius nos últimos 34 anos
09 de junho de 2020
Na segunda-feira (08/06) foi comemorado o Dia Mundial dos Oceanos e, por ocasião da data, a Globo Rural traz uma entrevista com o professor do Instituto de Ciências do Mar (LABOMAR), da Universidade Federal do Ceará (UFC), Marcelo Soares, sobre os impactos das mudanças climáticas na pesca e aquicultura.
Segundo ele, o aumento da temperatura, acidificação das águas, elevação do nível do mar e eventos extremos, como secas, inundações e as ressacas do mar estão ficando cada vez mais comuns.
De acordo com ele, a temperatura dos oceanos ao redor do planeta Terra aumentou 0.9º Celsius nos últimos 34 anos. A expectativa é que aumente 2º C até o final do século, sendo 1,5º até 2050. “A consequência, para a pesca, é que os peixes dependem de ambientes, como o recife de corais, considerado a maternidade dos peixes. O risco é de que 80% dos corais do mundo sejam extintos até 2050, ou seja, estamos eliminando os peixes”, diz.
Impactos também estão sendo sentidos nos rios. A salinização dos rios, que deveria ser em torno de 30%, chega a 60%, segundo Soares, o que afeta a reprodução e alimentação dos peixes e, por consequência, a aquicultura. Além disso, outra questão levantada pelo professor da UFC é que a alteração na dinâmica dos oceanos reflete não apenas no meio ambiente, mas também na economia.
Em 2021 começará a Década dos Oceanos, afirma ele. A ação tem apoio da Organização das Nações Unidas (ONU) e cerca de 140 países. De acordo com o site World Oceans Day, ativistas ambientais e cientistas têm se unido para proteger, pelo menos, 30% dos oceanos até 2030.
Créditos da imagem: PxHere
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