O impacto do Equador para a carcinicultura global e brasileira
Por Itamar Rocha, presidente da Associação Brasileira de Criadores de Camarão (ABCC)*
29 de novembro de 2024
*Artigo escrito para o Anuário Seafood Brasil #55
A produção mundial de camarão marinho cultivado está praticamente dominada pelas espécies P. vannamei (86%), P. monodon (12%) e outras (2%). Este montante conta com a contribuição do continente asiático (70%) e o continente americano (30%), na qual se destaca a liderança do Equador (1.420.000 toneladas), seguido pelo México (192.600 toneladas), Brasil (180.000 toneladas), Venezuela (40.811 toneladas), Colômbia (35.000 toneladas), Peru (30.000 toneladas), entre outros.
Na verdade, o excepcional desempenho da carcinicultura equatoriana nos últimos 5 anos (de 500.000 toneladas em 2018 para 1.430.000 toneladas em 2023) tem sido o grande diferencial para o crescimento setorial no contexto internacional. Isso inclui o destaque do Equador nas exportações, que passaram de 58.011 toneladas e US$ 325 milhões em 2003 para 1.215.000 toneladas e US$ 6,3 bilhões em 2023.
Nos eventos 13º Fórum Internacional da Indústria de Camarão da China, realizado em Guangzhou, em junho de 2024, e no 2º Shrimp Summit 2024, realizado em Chennai, na Índia, em junho de 2024, o tema dominante foi a necessidade urgente de aumentar o consumo de camarão marinho. Por lá, foram abordadas questões como a análise da cadeia de suprimento, as tendências de aumento de consumo, estratégias de marketing, o desenvolvimento de produtos com valor agregado, dietas com baixa inclusão de farinha de pescado, mecanização e o uso de inteligência artificial, tanto nos processos produtivos quanto nos centros de comercialização nos mercados mundiais.
No evento da China, que contou com a participação das lideranças dos principais países produtores de camarão marinho cultivado, o painel “Produção Global e Mercados de Camarão” abrangeu praticamente 90% da produção setorial. As palestras dos representantes dos principais países produtores (Equador, China, Índia, Vietnã, Indonésia, Tailândia, Malásia e Brasil) destacaram, além das perspectivas de produção, os desafios para 2024, como a urgente necessidade de campanhas de marketing associadas à agregação de valor aos produtos e a abertura de novos mercados.
Panorama nacional
Já no cenário nacional, o setor carcinicultor apresentou um crescimento expressivo (200%) entre 2016 (60.000 toneladas) e 2023 (180.000 toneladas), com um destaque importante: as vendas de 100% da produção de camarão cultivado em 2023 foram destinadas exclusivamente ao mercado interno, elevando o consumo interno para 1,1 kg/per capita em 2023, um número bem acima dos 0,25 kg/per capita observados em 2003.
Este texto faz parte da série de artigos publicados no Anuário Seafood Brasil #55. Para ler este e outros artigos na íntegra presentes nesta edição, clique aqui.
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Créditos imagem: Seafood Brasil
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