Peixes caíram em ocasiões de consumo do brasileiro em 2022
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Peixes caíram em ocasiões de consumo do brasileiro em 2022

Conforme estudo, as proteínas mais caras sofreram diminuição de ocasiões de 2021 para 2022

30 de março de 2023

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Em 2022, os peixes perderam espaço e registraram queda em ocasiões de consumo, como o tradicional churrasco do brasileiro, que vem crescendo no pós-pandemia. A ocasião envolve o preparo especial de proteínas como o pescado, além de legumes e verduras.
 
Conforme um estudo da Kantar, na análise sobre ocasiões de consumo diferentes, as proteínas mais caras tiveram redução de 2021 para 2022, sendo que os peixes caíram 15%. Além dos peixes, a pesquisa ainda verificou quedas em outras proteínas: -9% carne bovina, -11% aves e -6% presuntaria. 
 
Entre as opções acessíveis que mais apresentaram acréscimo na variação entre um ano e outro estão as suínas, com +30% de variação em ocasiões, hamburgueres (+23%), mortadela (+19%), linguiças (+21%), salsichas (+27%) e empanados (+35%).
 
Na contramão, o consumo de frios de aves, opção com maior preço médio, caiu drasticamente, com -87% menos momentos.
 
Conforme a Kantar, o ano de 2022 foi de bolso apertado e escolhas mais racionais na hora da alimentação para os brasileiros, mas o consumidor ainda preza pelo sabor e prazer na hora de comer. 
 
De fato, o pescado esteve mais caro em 2022. Conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação do pescado no ano passado foi de 3,09%.
 
No acumulado dos últimos 12 meses (até dezembro de 2022), as maiores altas nos valores do pescado foram no peixe filhote (30,78%), na tainha (12,81%) e no salmão (10,97%).
 
Churrasco em recuperação
 
A pesquisa da Kantar também indica que as ocasiões de churrasco tiveram uma rápida recuperação no pós-pandemia e devem seguir em crescimento. Outro hábito verificado no relatório é que, para manter o consumo de carnes, o brasileiro vem optando por marcas mais baratas.
 
As ocasiões de churrasco dentro do lar mais do que dobraram entre 2020 e 2021 e seguiram avançando em 2022. Foram 41 milhões nos últimos 12 meses terminados em junho de 2021 (ano móvel) versus 19 milhões no mesmo ano móvel de 2020. No mesmo intervalo de 2022 houve um aumento de mais 5%, indo para 43 milhões, e os números devem manter a tendência de alta.
 
O relatório da Kantar aponta que em 2022, com cenário incerto e crise econômica, os motivos de consumo passaram por instabilidade, mas o sabor e conveniência permaneceram. 
 
Houve um grande movimento de migração para marcas mais econômicas. Entre as categorias com mais trocas, a de carne bovina lidera, com 39,9%, seguida da carne de aves, com 22,6%, e linguiças, com 14,6%.
 
Sanduíches em alta
 
Nesse movimento de reconfiguração de consumo, com inflação de preços e volta à rotina fora de casa, os sanduíches se mostraram aliados ao bolso e paladar do brasileiro, já que representam, em média, 30% do valor gasto com um prato feito.
 
Vale destacar que a maior parte dos lanches não tem proteínas. O pão com margarina é responsável por mais de 80% das ocasiões de sanduíches nas refeições (entre lanches e principais), enquanto a carne entra em apenas 0,1% desses momentos.
 
A mortadela é a protagonista entre as proteínas na busca por menor custo. Nas refeições principais feitas com sanduíches, está presente em 7% das ocasiões, tanto frias quanto quentes. Já nos momentos de lanche representa 46,4%, um aumento de 70% na comparação de 2022 com o ano anterior e um crescimento de share de 9,4 pontos de penetração.
 
Uma questão de geração
 
O relatório mostra também que há diferenças no consumo de proteínas entre as gerações. As mais novas consomem mais carnes bovinas, de aves e peixes In Natura, enquanto os Millennials (25 a 34 anos) e a Geração X (35 a 54 anos) se diferenciam pelo consumo de Plant Based e os Baby Boomers (+55) pelas Proteínas Processadas.
 
O frango orgânico ganhou ocasiões de consumo relacionadas ao prazer, principalmente para os mais velhos, da Geração X e Baby Boomers, com um crescimento de 44% em ocasiões e representando 6% do volume da categoria.
 
Busca por saúde cresce
 
A saúde ainda guia a escolha dos brasileiros na hora de se alimentar, e é busca frequente de grande parte da população. A ocasião cresceu mais de 2 pontos percentuais entre 2021 e 2022 e hoje representa 14% delas.
 
No ano móvel terminado em março de 2022 a ocasião ganhou mais 1 milhão de usuários semanais de alimentação saudável versus o mesmo intervalo de 2021, totalizando 6,6 milhões de usurários por semana, o que mostra que a motivação de consumo pela saudabilidade vem aumentando.
 
A percepção de saudabilidade, entretanto, é diferente para cada classe social. A classe AB associa ao consumo de legumes e frutas, CDE à ingestão de nutrientes do arroz e feijão. Apenas 13% das ocasiões de consumo por saúde fazem uso de proteína na refeição.
 
O perfil do consumidor motivado pela saúde é formado majoritariamente por mulheres, da classe AB, que fazem um preparo rápido (20 a 30 minutos) e optam por refeições cozidas ou alimentos sem cozimento, frios ou em temperatura ambiente. 
 
Problemas de saúde são o principal impulsionador da busca por alimentação saudável, com destaque para hipertensão e diabetes, que vêm crescendo. 46% das ocasiões de consumo de Saudabilidade são feitas no almoço e momentos de lanches.
 
Os dados apresentados fazem parte do Painel de Uso e Consumo da Kantar (4.000 indivíduos) que representa 58 milhões de brasileiros, em sete Regiões Metropolitanas (Grande Salvador, Recife, Fortaleza, Curitiba, Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro) de todas as classes sociais e faixas etárias, e do relatório trimestral Consumer Insights da Kantar, que contempla 11.300 lares brasileiros de todas as regiões e classes sociais do País, representando 59 milhões de lares do Brasil.
 
Créditos: Canva
 

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