Pesquisa de produção de dourados em tanques-rede é feita por Itaipu
Aquicultura

Pesquisa de produção de dourados em tanques-rede é feita por Itaipu

Ideia da pesquisa é desenvolver a cadeia produtiva dessa espécie e fornecer mais uma opção de renda às comunidades

20 de janeiro de 2025

Uma pesquisa inédita para a produção do peixe dourado (Salminus brasiliensis) em tanques-rede foi iniciada pela Itaipu Binacional. Em resumo, o objetivo da pesquisa é desenvolver a cadeia produtiva dessa espécie para assim, fornecer mais uma opção de renda às comunidades que por sua vez, dependem da pesca ou da aquicultura do reservatório para produção de alimento e faturamento.

Engenheiro agrônomo da Divisão de Reservatório, André Watanabe conta que a pesquisa tem a ideia de valorizar de forma comercial a espécie, que por sua vez, tem sua pesca proibida no Paraná. “Quando alguém compra um peixe da pesca está extraindo um recurso limitado, havendo risco de extinção. Com a aquicultura, a gente consegue fornecer esse peixe para consumo humano sem impactar o estoque natural”, comentou o engenheiro.

Primeira carga

Hoje em dia, não existe no Paraná uma produção de dourado em sistemas de tanques-rede. A primeira carga com 6 mil peixes jovens, todos com 6 meses de idade, chegou na última terça-feira (14) à Unidade Demonstrativa e Experimental de Aquicultura em Sistema Bioflocos. No caso, os filhotes viajaram 12 horas de caminhão desde Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Logo após isso, na sequência, a primeira medida foi aclimatar a água, igualando a temperatura das caixas de transporte e do tanque onde eles passaram a ficar. Depois, antes de serem levados aos tanques-rede do reservatório, são mais 2 meses para que assim, os peixes se recuperem e ganhem peso.  

Watanabe explicou que a Itaipu estuda a construção de tanques-rede maiores, de 500 m³ – atualmente, são dois modelos de 7 m³ e de 24 m³ – principalmente para a produção do dourado que, por ser uma espécie carnívora e dominante, necessita de mais espaço para se adaptar. “É um peixe que também exige mais cuidado no manejo”, comentou o engenheiro.

Entendendo o sistema de bioflocos

Em resumo, quando o assunto é a cadeia produtiva do peixe, o maior índice de mortalidade está justamente na fase que vai da larva até o peixe juvenil. Sendo assim, é preciso que haja cuidados par que o alevino esteja vivo para que chegue à fase adulta. Para que isso ocorra, é preciso que tudo seja feito em um ambiente fechado e controlado, que utiliza o mínimo possível de água e não polui o meio ambiente. E tudo é feito no sistema de bioflocos.

De forma geral, os bioflocos são aglomerados de bactérias que consomem a amônia produzidas pelos peixes. Como subproduto, em síntese, é gerado o nitrato que, em seguida, é consumido por plantas aquáticas, em um outro tanque. Logo, a mesma água é reutilizada várias vezes.

“O objetivo da Itaipu é estudar formas mais sustentáveis para produzir peixes, que não contaminem o nosso reservatório”, detalhou o técnico em aquicultura Celso Carlos Buglione, da Divisão de Reservatório da Itaipu, responsável pelas pesquisas sobre os bioflocos feitas em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
 

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Créditos imagem: Canva

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