Pesquisa inédita cria protocolos de certificação do filé de tilápia
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Pesquisa inédita cria protocolos de certificação do filé de tilápia

Ao determinar características ambientais únicas, selo de denominação de origem avalia padrões de qualidade de peixe no sudoeste paulista

05 de fevereiro de 2025

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Uma cooperação inédita entre pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp), algumas instituições de pesquisa nacionais e internacionais, empresas e o governo resultou no desenvolvimento de dois protocolos inéditos que afetam diretamente as tilápias produzidas no reservatório da Usina Hidrelétrica de Chavantes ao sudoeste do Estado de São Paulo. Utilizando técnicas sequenciais, em resumo, os protocolos possibilitaram que um selo fosse desenvolvido para denominar a origem para o filé de tilápia dessa região.

“O selo garante que o produto provém de um território com características ambientais únicas, assegurando sua autenticidade e valor no mercado. Com o uso dessa certificação, os produtores poderão elevar a qualidade percebida de seus produtos, mas também obter maior competitividade, agregando valor e fortalecendo sua posição no mercado”, conta Guilherme Wolff Bueno, professor da Faculdade de Ciências Agrárias do Vale do Ribeira (FCAVR) da Unesp, em Registro (SP).

De acordo com Bueno, a certificação, em síntese, acaba permitindo que seja atribuído elementos para a sustentabilidade e a inovação na cadeia de produção aquícola, impulsionando o crescimento do setor e atendendo às crescentes demandas por produtos certificados e diferenciados. “Em um mercado cada vez mais exigente e competitivo, a diferenciação de produtos é essencial para agregar valor e conquistar novos nichos.”

Sendo assim, para validar a exclusividade do produto, foi criado o selo “Filé de Tilápia Chavantes”, registrado como marca mista de certificação no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).

Obtendo o selo de denominação de origem

De acordo com os pesquisadores envolvidos, apesar da metodologia ter sido desenvolvida com base na região de Chavantes, ela pode ser aplicada pela indústria de produção de tilápia em todo o Brasil em águas da União. Logo, é possível criar até mesmos outros selos de denominação de origem.

Para que isso ocorra, os pesquisadores destacam que é só seguir dois protocolos elaborados pelo projeto:

Protocolo 1 -> diz respeito à especificação das condições ideais de criação, como o número de peixes por tanque-rede, composição nutricional da alimentação, condições da água, entre outros.

Protocolo 2 -> define os valores de referência que devem ser alcançados, obtidos por meio de análises químicas e da composição metabólica, que vão definir a qualidade do filé - tudo está detalhado em um manual publicado pelos pesquisadores e que pode ser acessado clicando aqui.

Depois que esses dois protocolos forem seguidos e com os dados em mãos, os produtores então podem fazer o chamado “caderno de especificação”, documento esse exigido pelo INPI para a certificação.

A denominação de origem e a indicação geográfica

A denominação de origem é a base para um instrumento de propriedade intelectual criado para distinguir a origem de um determinado produto ou serviço: o selo de indicação geográfica do mercado.

Aqui, cabe dizer que existem dois tipos de indicação geográfica:

1- Indicação de procedência: vem com o nome geográfico de país, cidade ou região que se tornou conhecido como o centro de produção de um determinado produto;

2- Denominação de origem: mostra as qualidades ou características do produto que se devem exclusiva ou essencialmente ao meio geográfico, incluídos fatores naturais e humanos (essa é usada para o reservatório de Chavantes).

“Hoje não temos, no Brasil, protocolos específicos para aquicultura que auxiliem os produtores a obter essas certificações de origem. Nosso projeto vem para suprir uma demanda e ainda inspirar outras regiões a fazer o mesmo”, explica Tavani Rocha Camargo, que conduziu o trabalho com apoio da FAPESP como parte de seu pós-doutorado no Centro de Aquicultura da Unesp (Caunesp), em Jaboticabal (SP).
 

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Créditos imagem: Canva

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