Produção de peixes nativos tem queda em 2021, mas mantém potencial
Aquicultura

Produção de peixes nativos tem queda em 2021, mas mantém potencial

Resultado do segmento em 2021 é 5,85% inferior ao obtido em 2020

23 de fevereiro de 2022

Apesar da piscicultura brasileira ter crescido 4,7% em 2021 e atingido a marca de 841.005 toneladas produzidas, os peixes nativos só representaram 31,2% da produção nacional, com 262.370 toneladas. Esse resultado é 5,85% inferior ao obtido em 2020 (278.671 t), conforme dados do Anuário 2022 da Associação Brasileira da Piscicultura (PeixeBR) divulgados nesta terça-feira (22/02).
 
Segundo a PeixeBR, vários fatores interferem no segmento de peixes nativos, como a  regularização ambiental nos Estados
produtores, a necessidade de investimentos na infraestrutura de processamento e de insumos, além das dificuldades de comercialização impostas pela pandemia associam-se para justificar a queda da produção.
 
Mas, para a entidade, esses não são os únicos obstáculos aos peixes nativos: falta também apoio oficial nos Estados da região Norte para que as principais espécies tenham o respaldo necessário para crescimento.
 
“Um ponto importante é a questão ambiental. Sem regularização, os produtores não podem obter crédito. É imperioso que os governos estaduais olhem com muita atenção para esse fator, essencial para o cultivo dos nativos reverter a tendência e voltar a crescer”, destaca Francisco Medeiros, presidente executivo da PeixeBR.
 
De acordo com Medeiros, o impacto significativo foi visto no final de setembro e em outubro do ano passado. “Uma fake news relativa a Urina Preta impactou diretamente a comercialização de peixes nativos na região Norte, Nordeste e parte da Centro-Oeste. Alguns Estados, inclusive, hoje ainda sentem”, destaca.
 
Logo, o produtor estava com o produto pronto, mas teve dificuldade na venda por causa do aumento dos registros de suspeitas e de casos confirmados de rabdomiólise, condição característica da síndrome de Haff, conhecida como “doença da urina preta”. Em setembro, a venda de pescado foi severamente prejudicada em alguns Estados do País. Pescadores, aquicultores, feirantes e supermercadistas reclamaram que o impacto era ocasionado principalmente pela propagação de informações falsas sobre a doença (saiba mais aqui). 
 
“Agora que está retomando. Nós esperamos que neste período de Semana Santa acabe conseguindo retomar as vendas e o produtor tenha a sua atividade de volta”, completa Medeiros.
 
Liderança do Norte
 
A produção de peixes nativos está concentrada nas regiões Norte (143.850 t: 57% do total), Nordeste (53.675 t: 20,5%) e Centro-Oeste (49.250 t: cerca de 19%). Somente o Ceará não registra presença de nativos.
 
“O potencial é imenso”, assinala o presidente da PeixeBR. “É preciso olhar com muito carinho para o segmento. Esse é um desafio coletivo. Os peixes nativos representam um impressionante patrimônio nacional. São centenas de espécies com viabilidade econômica. Porém, os produtores estão acuados, sem motivação para grandes investimentos”, finaliza.
 
Créditos:Pixabay
 

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