Produção de ração para aquicultura deve atingir 1,5 mi de toneladas
No geral, a prévia do setor de alimentação animal terá crescimento próximo a 1,5% até o final do ano
12 de setembro de 2022
A produção de rações para peixes e camarões de avançar 2,5% e contabilizar algo em torno de 1,5 milhão de toneladas de rações, as previsões são do Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações). Apesar das adversidades, o sindicato revela que segmento somou 740 mil toneladas durante o primeiro semestre de 2022.
Consumo Regional ração para aquicultura
(baseado na produção peixes e camarões)
Fonte: Sindirações
No geral, a prévia do setor de alimentação animal terá crescimento próximo a 1,5% até o final do ano. Os resultados apurados até agora revelam um ritmo mais conservador do que a previsão divulgada ainda no final de 2021, que apontava a produção de 88 milhões de toneladas de rações e suplementos minerais e expectativa de aumento na ordem de 3,5% neste ano corrente.
*Estimativa; **Previsão
Impacto geral
Ariovaldo Zani, CEO do Sindirações, conta que nos últimos dois anos, diante da pandemia da Covid-19, o cenário de incertezas não só atingiu a saúde da população, mas também a economia global nos mais diversos setores. Hoje em dia, mesmo com a vacinação e diminuição do número de casos da doença, muitos segmentos continuam enfrentando dificuldades na retomada das atividades e remissão do prejuízo resultante.
“A produção de rações, concentrados e sal mineral durante o primeiro semestre seguiu aquém daquela quantidade esperada, circunstância atribuída principalmente ao arrefecimento da demanda da cadeia produtiva de proteína animal (ovos e leite principalmente), bastante prejudicada por esse novo patamar de preço do milho, do farelo de soja e outros macro ingredientes da alimentação das poedeiras e vacas leiteiras, além da impossibilidade de repassar integralmente esse custo adicional, já que o preço pago ao produtor melhorou um pouco apenas mais recentemente”, diz.
Adicionalmente, conforme ele, a importação dos aditivos (vitaminas, enzimas, aminoácidos, etc.), sofreu com a excessiva desvalorização cambial e a interrupção do trânsito de mercadorias, por conta da escassez de contêineres e custo proibitivo do frete para movimentação das cargas. Antes da pandemia, em janeiro de 2020, um container de vitaminas da China para o Brasil custava em média US$ 2 mil, enquanto no segundo semestre de 2021 aumentava até 7 vezes e em abril deste ano, alcançava US$ 12,5 mil.
Logo, o CEO destaca que o cenário continua agravado por causa do compromisso chinês, firmado na COP para transição da sua matriz fóssil para renovável e, a política sanitária de “Covid Zero” que subtraíram, respectivamente, energia e mão de obra nas linhas de produção daquelas fábricas. Afora o recente registro do interesse deles pelo milho e farelo de soja brasileiros que pode hipoteticamente fomentar alguma especulação, muito embora a tendência, desde julho, é de alívio em consequência da generosa segunda safra que, somada à primeira, deve redundar na colheita de aproximadamente 115 milhões de toneladas de milho.
Mais recentemente, lembra a invasão Russa na Ucrânia com interrupção nos arredores do Mar Negro, acionou o sinal de alerta da insegurança alimentar, uma vez que a Rússia e a Ucrânia representam 30% da produção do trigo e do milho transacionados pelo mundo, gerando assim um grande desafio para a logística e o sistema de compensações financeiras.
“Importante, contudo, ressaltar a vocação dos agropecuaristas brasileiros na solução dos desafios, na defesa das relações comerciais através da singular competitividade nacional e no flagrante entusiasmo, que mesmo diante do atual cenário adverso, continua empregar tanta tecnologia capaz de assegurar invejáveis índices zootécnicos e simultaneamente mitigar as indesejáveis emissões dos gases do efeito estufa e assim, contribuir com a segurança alimentar e o desaquecimento global”, fala.
Evolução dos preços do grãos
Fonte: CEPEA, Adaptado Sindirações
Créditos: Canva
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