Seafood Show Latin America CONNECT estreia com foco no institucional
Inscrição gratuita para o Business Forum + Workshop ficará aberta até as 14h de quarta-feira (20)
18 de outubro de 2021
O Seafood Show Latin America CONNECT, o maior evento digital do mercado de pescado da região, começou nesta segunda-feira (18). O primeiro dia teve foco no institucional e tratou do tema com representantes de governos para entender como o Estado pode se conectar com a comercialização de pescado. As apresentações também destacaram as atuações do setor privado ao fomento de pescado.
A estreia também contou com Workshops de diversos temas, como os marcos regulatórios da indústria de pescado com foco no Brasil, sistema de controle preventivo no Peru e as normas de fiscalização dos produtos pesqueiros na Argentina. A programação do dia foi encerrada com apresentações focadas no comércio exterior.
A palestra de abertura foi realizada por Alejandro Flores Nava, chefe do departamento de Pesca e Aquicultura para a América Latina e o Caribe da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO). Nava trouxe um panorama do setor no continente apresentado no tema: "O Pescado na América Latina: instrumento de prosperidade e segurança alimentar''.
“O papel do Estado no fomento ao comércio de pescado” foi tema do primeiro painel do dia com Jorge Seif Junior, secretário de Aquicultura e Pesca (SAP). “Vemos que o principal papel do Estado brasileiro é permitir, proporcionar um ambiente de produtividade, seja na pesca ou na aquicultura, sem interromper, sem burocratizar a vida do produtor rural”, falou o secretário da SAP.
Conforme ele, o foco do governo é facilitar a vida do produtor ao criar ambientes favoráveis à negociação e a comercialização. Além de modernização constante do ambiente institucional, prover a segurança jurídica, agilidade, efetividade e transparência.
Na sequência, o painel governamental contou com a presença de Carlos Damián Liberman, subsecretário de Pesca e Aquicultura do Ministério da Agricultura e presidente do Conselho Federal Pesqueiro da Argentina. O subsecretário lembra que o equilíbrio entre a produção e o meio ambiente é central para o bem estar do negócio.
“A gente pensa que é uma missão fundamental para cada consumidor cuidar para que a pesca seja regulada de maneira efetiva, bem controlada e garantir a obtenção de produtos provenientes de pescarias sustentáveis. Compromisso com a sustentabilidade e o meio ambiente caracterizam o novo consumidor e ao mesmo tempo garantem bases de pescarias saudáveis”, falou Liberman.
Na Argentina, Liberman reconheceu que o país ainda está “um pouco atrasado'' com o desenvolvimento institucional em prol da aquicultura. No entanto, segundo ele, mudanças estão sendo implementadas. “Ano passado foi importante porque criamos a nossa primeira Direção Nacional da Aquicultura e injetamos um orçamento para o desenvolvimento de empreendimentos aquícolas ao longo do território e também com uma agenda nacional com atividades mais promissoras. Temos expectativa de um enorme crescimento”, completou.
Representando uma das principais forças aquícolas do continente, Alicia Lorena Gallardo Lagno, subsecretária de Aquicultura e Pesca do Chile, ressaltou como aquela nação tem uma diversidade de recursos marinhos importantes. “Somos um país aquicultor, mas a nossa origem veio da pesca e continua sendo”, informou.
Entre os dados destacados, Lagno lembra que como resultado de um sistema governamental se fortaleceu, Chile está entre os 10 principais países de pesca no mundo, é o principal produtor de salmão do pacífico, o 2º produtor em cultivo de bivalves e exporta seus produtos de pescado para 110 países em 5 continentes.
Fechando o painel, Úrsula Desilú León Chempén, vice-ministra de Pesca e Aquicultura do Peru, falou dos avanços de consumo de pescado e mariscos naquela nação e da experiência no Peru em relação às pescarias sustentáveis e ao fomento do comércio.
Para ela, não vai ter mercados duradouros se não for garantido o desenvolvimento sustentável das pescarias. “Há a importância de que o estado promova as pesquisas dos recursos das populações e ambiental, garantindo o manejo racional e sustentável das pescarias baseados em princípios de pesca responsável para que se ofereça iguais oportunidades a todos”, falou.
Para isso, um dos eixos principais do Peru está no avanço da formalização da atividade pesqueira e aquícola. “A gestão e a promoção do comércio demanda um trabalho colaborativo e corporativo do governo nacional, regional, local no país e seus subníveis e também na relação com as empresas, com os trabalhadores, a academia e a sociedade civil”, completou.
Papel do setor privado
No segundo bloco, o tema foi: “Papel do setor privado no fomento ao comércio de pescado” e contou com participação de Arturo Clement, presidente da SalmonChile; David Epstein, presidente do Comitê de Pesca e Aquicultura da Sociedad Nacional de Indústrias de Peru e Eduardo Lobo, presidente da Câmara Setorial da Produção e Indústria de Pescados do Mapa e da diretora da Associação Brasileira das Indústrias de Pescados (Abipesca).
“Quando a gente fala em aumento de consumo de pescado, não podemos deixar de levar em conta que isso acontece com fornecimento contínuo e produto de alta qualidade a preços estáveis. É esse conjunto faz com que a população, tendo acesso cada vez mais a esses produtos, consiga estar comprando e consumindo”, falou Eduardo Lobo.
Conforme ele, esse consumo passa por uma indústria de pescado moderna, pois, como eixo central da engrenagem, vai trabalhar com produtos exportados, cultivados e capturados. “Tudo isso vai acontecer dentro das indústrias de processamentos e aí é que a gente pensa na modernização e no aumento do consumo”, falou.
Já o representante do Peru, David Epstein, destacou a missão da Sociedad Nacional de Indústrias de Peru e como a entidade se envolve com o setor privado. "Na Sociedad Nacional de Indústrias, nós representamos e servimos a indústria peruana com propostas e ações de promoção para manufatura e a cadeia de valor. Contamos com uma equipe competitiva de líderes empresariais e funcionários comprometidos com o desenvolvimento do Peru”, ressaltou.
Workshop - Regulatório LATAM
Com o tema "Regulatório América Latina", o primeiro Workshop do dia teve a apresentação do case Brasil: "O Mapa e o pescado - autocontrole, selo arte e digitalização de processos", com Alexandre Campos da Silva, coordenador-geral de Inspeção - CGI/DIPOA/SDA/MAPA.
Na sequência, o Case Peru: F"iscalização de processos baseado em risco" foi apresentado por Juan Manuel Ipanaque Zapata, diretor de Supervisão e Fiscalização Pesqueira e Aquícola.
Depois, Federico Ponce, representante do Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar do Senasa deu continuidade ao Workshop com o Case Argentina: "Controle sanitário para acesso global".
Workshop - Comex
A programação seguiu com "A retomada das exportações para a União Europeia", tema da apresentação de Aniella Banat, diretora da Associação Brasileira das Indústrias de Pescados (Abipesca). Banat resgatou o histórico de acontecimentos entre Brasil e a UE que ocasionaram na suspensão do envio de pescado brasileiro ao bloco europeu.
Já Rodrigo Otavio Curvello Wutke, analista de Inteligência de Mercado da Apex-Brasil trouxe "As oportunidades para o pescado nos EUA". Wutke destacou o Mapa de Oportunidades, ferramenta da Apex-Brasil que permite conhecer o desempenho dos produtos em determinadas regiões e o potencial comercial do pescado brasileiro a ser explorado nos EUA.
Por fim, do Reino Unido, Matt Craze, fundador da consultoria internacional Spheric Research e colaborador do portal de notícias Undercurrent News fechou as apresentações com "O que querem os principais mercados globais de pescado?". Craze fez uma análise da situação do pescado no mundo e como a pandemia da Covid-19 ocasionou mudanças nos canais de distribuição e nos hábitos de consumo global.
Seafood Show Latin America CONNECT
O Seafood Show Latin America CONNECT receberá até a quarta-feira (20), 42 representantes do poder público, de entidades setoriais e especialistas. O evento ainda conta com o patrocínio de mais de 22 empresas e entidades de sete países – Argentina, Chile, Espanha, Estados Unidos, Noruega, Peru e Tailândia – e do Brasil.
Além da capacitação e atualização, o Seafood Show Latin America CONNECT impulsiona o intercâmbio entre fornecedores e compradores que desejam iniciar ou ampliar os negócios com mercados do pescado do Brasil e do exterior por meio das rodadas de negócios.
Iniciativa inédita na América Latina, o Seafood Show Latin America CONNECT foi criado pela Francal Feiras e Seafood Brasil para estimular a integração do mercado do pescado entre os países da América Latina entre si e do continente com outros países, por meio de negócios, conteúdo e atualização.
A inscrição gratuita para o Business Forum + Workshop ficará aberta até as 14h de quarta-feira. Confira a programação detalhada com os horários das apresentações aqui.
Créditos: Seafood Show Latin America/Reprodução