Senador pede a suspensão da importação de camarão do Equador
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Senador pede a suspensão da importação de camarão do Equador

André Amaral (União-PB) denunciou ainda a prática do dumping equatoriano por ser injusta e prejudicial à carcinicultura nacional

20 de agosto de 2024

Na terça-feira (6), o senador André Amaral (União-PB) denunciou durante uma sessão no congresso a prática do chamado dumping pelo Equador na exportação de camarão ao Brasil. Segundo o parlamentar, a prática permite que um país exporte produtos a preços inferiores aos praticados internamente, o que elimina a concorrência e pode criar monopólios. As informações são da Agência Senado.

Amaral sublinhou que em resumo, a prática é ilegal e que também prejudica a carcinicultura brasileira, uma vez que coloca em risco empregos, a sanidade animal e a qualidade dos alimentos importados. 

“Que lástima permitir que um camarão contaminado, a um preço desleal, entre neste país, comprometendo o setor produtivo [...] da carcinicultura, [...] de maneira indiscriminada e excessiva do capitalismo selvagem”, declarou à época.

Na mesma oportunidade, o parlamentar disse que o camarão, antes considerado um "alimento de luxo", está presente na merenda escolar em estados como Rio Grande do Norte, Paraíba e Ceará, os maiores produtores do crustáceo no país.

“O problema começou quando a China suspendeu a importação de camarão equatoriano devido a irregularidades sanitárias, detectadas durante a pandemia”, completou. Ele ainda citou dados que mostram que de janeiro a abril de 2024, o Brasil importou 832 toneladas de camarão, sendo 442 toneladas provenientes do Equador.

Por fim, Amaral também declarou que países como Estados Unidos e México já fecharam seus mercados para o produto equatoriano devido às preocupações sanitárias. Neste ponto, o senador aproveitou para fazer um apelo para medidas urgentes por parte do Ministério da Pesca e do Ministério da Agricultura para suspenderem imediatamente a importação de camarão do Equador. 

“É necessário que este Senado não silencie, é necessário que o Ministério da Agricultura seja pontual e não permita. A sanidade do camarão se sobrepõe. Solicito, rogo um posicionamento enérgico e pontual para que seja suspensa, de forma imediata, a permissão de importar camarão do Equador. Já ciente das preocupações da ACC [Associação da Carcinicultura] a respeito da constatação da presença da Síndrome da Morte Súbita, ou EMS, em inglês, que é a doença bacteriana que atinge os camarões”, disse.

“O camarão pede socorro”

A denúncia do senador André Amaral vai ao encontro a um movimento que externa a preocupação do setor com o camarão vindo do Equador. Trata-se do “O camarão pede socorro”, um movimento que já havia sido visto nas redes sociais da Associação dos Produtores de Camarão do Ceará (APCC), da Associação Brasileira de Criadores de Camarão (ABCC), de outros produtores de camarão e que ganhou destaque durante a Expo Camarão, evento voltado à aquicultura e carcinicultura e que foi realizado durante a PEC Nordeste em junho de 2024 em Fortaleza (CE).  

Segundo Itamar Rocha, presidente da ABCC, essa hoje é a pauta mais urgente do setor por tratar justamente do pedido de suspensão das importações de camarão do Equador. "Nós não podemos deixar que o Brasil, um País líder das exportações do agronegócio e que tem um critério grande com a questão da sanidade, veja o seu produtor sofrer mais só porque permitimos a entrada de um camarão com o risco de doença", opinou à época.

Crédito fotos: Seafood Brasil

 

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