Setor de restaurantes registra queda nas taxas de desemprego
Estudo da ANR também atestou diminuição na rotatividade e chance para o setor de restaurantes adotar estratégias de retenção de talentos
18 de setembro de 2024
Segundo dados atualizados da Associação Nacional de Restaurantes (ANR), o setor de restaurantes nacional registrou uma taxa de rotatividade de 74,3% no primeiro semestre de 2024. O estudo também contou com o apoio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) e da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), do Ministério do Trabalho e Emprego.
“O estudo reforça a necessidade de os empresários do segmento estarem atentos às mudanças no mercado de trabalho e adotarem estratégias eficazes para a retenção de colaboradores em um cenário de crescente competitividade e escassez de profissionais”, explica Fernando Blower, diretor-executivo da ANR.
De acordo com a associação, o número, apesar de ser alto, traduz uma pequena queda na comparação com o final de 2023, justamente quando a taxa era de 77,6%. No entanto, mesmo assim, esse número ainda é mais que o dobro da média no ramo de serviços, que se manteve em 35%.
A ANR ainda explica que em resumo, esse alto turnover está estruturalmente ligado à falta de qualificação da mão de obra e à baixa produtividade dos trabalhadores, que por sua vez, são fatores que afetam principalmente os jovens, que são os que compõem grande parte dos empregados deste segmento. Por outro lado, ainda no mesmo contexto, a queda da taxa de desemprego no País (que recuou de 7,4% no quarto trimestre de 2023 para 6,9% no segundo trimestre de 2024), tem íntima relação com o aumento da rotatividade em diversos setores, incluindo o de serviços.
Todo esse cenário acaba refletindo em um aquecimento natural que se traduz em mais oportunidades de emprego, mas também em uma maior escassez de profissionais. Ou seja, neste contexto, é muito comum que os trabalhadores busquem novas oportunidades que ofereçam maior remuneração ou benefícios mais atrativos - exemplo disso é que Estados como Santa Catarina, que apresentou a menor taxa de desemprego do País no segundo trimestre deste ano (3,2%), registraram as maiores taxas de rotatividade em restaurantes. Santa Catarina lidera com 95,3%, seguido por Mato Grosso do Sul (93,7%), Paraná (93,3%) e Mato Grosso (92,3%).
No entanto, taxas de rotatividade menores acabaram sendo registradas em Estados com taxas de desemprego mais altas. O Rio Grande do Norte, por exemplo, teve a menor taxa de turnover no setor de restaurantes (49,8%), seguido por Piauí (52,1%) e Pernambuco (52,3%) — este último com a maior taxa de desemprego do País (11,5%).
Por fim, há desafios significativos para os empregadores de alguns Estados em que as taxas de desempregos estão abaixo de 6%. A necessidade de retenção de talentos, aumento das despesas com folha salarial e investimentos em tecnologia e automação para compensar a falta de trabalhadores são alguns dos entraves enfrentados por esses empregadores.
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Créditos imagem: Canva
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