TCP apresenta resultados aplicados à carcinicultura
Tecnologia promete melhora na performance dos animais através de um processo de produção mais sustentável
23 de outubro de 2020
Em julho deste ano, a parceria entre uma empresa brasileira e um grupo americano (que preferiram não se identificar) anunciou a chegada da Tecnologia do Consórcio Probiótico (TCP) à agropecuária nacional (leia mais aqui). Agora, a empresa apresenta os primeiro resultados da tecnologia aplicada à carcinicultura.
O professor doutor Eduardo Ballester, do Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento em Aquicultura Sustentável (NPDA), do Laboratório de Carcinicultura da Universidade Federal do Paraná (UFPR), fez um experimento para avaliar a utilização da TCP durante a produção de juvenis de camarão em sistema de bioflocos. A tecnologia promete melhora na performance dos animais através de um processo de produção mais sustentável.
O camarão branco do Pacífico, Litopenaeus vannamei, foi a espécie utilizada no estudo. “A sobrevivência dos animais nos diferentes tratamentos avaliados ficou entre 92 e 96 %. Os camarões produzidos com a tecnologia TCP apresentaram maior peso e comprimento em relação aos camarões cultivados no tratamento controle”, observou Ballester.
Conforme ele, ainda foram feitas avaliações para determinar o índice escalonado de massa, que é uma medida relacionada com o bem-estar e saúde do animal produzido. Também para esta variável os camarões produzidos com a TCP tiveram desempenho superior.
Com o uso da TCP, ele constatou melhor desempenho zootécnico, melhor índice de saúde e melhores condições de qualidade de água nos tratamentos. Comprovando a eficácia desta tecnologia para a produção de camarões marinhos, em sistemas de bioflocos durante a fase de berçário.
Na prática
O produtor e pesquisador Giovanni Chasin, especialista em criação de camarão, fez um experimento comparando os resultados da tecnologia com similares nos quesitos Mineralização de Matéria Orgânica e Antagonismo ao Víbrio.
Comparando produtos intitulados A, B e C, ele concluiu que o produto A teve um melhor desempenho que os outros produtos. No entanto, ao comparar o produto A com a TCP, esta última teve um desempenho ainda melhor.
“Nesta avaliação a produção de CO2 correspondente as amostras do biorreator [fonte do produto A], e à TCP [produto] foram subtraídas das leituras finais que resultaram dos tratamentos. Nesta avaliação a TCP mostrou um desempenho 14,54% acima que o produto A que tinha sido selecionado anteriormente”, conclui em seu artigo.
Emiliano Medeiros, Supervisor da Compescal/CELM Aquicultura, também é outro produtor que está fazendo uso e comparação com a TCP na carcinicultura. Ele explica como a tecnologia está auxiliando, junto com outras alternativas, em sua produção. “Eu realmente tive aumento de lucros, pois consegui substituir a fonte de carbono, que inicialmente era açúcar cristal, que é mais caro que o melaço”.
A redução em média, esteve em torno de 40% a 65%. ”Em relação ao probiótico a gente se manteve praticamente com o mesmo custo entre R$ 800,00 a R$ 1.100,00 reais por ciclo, e isso foi um ponto bastante importante”, conta.
Conforme ele, o uso da TCP ainda ajudou na otimização de tarefas, como a redução na frequência das limpezas de fundo. “Existia sujeira, mas era mineralizada, então ela não estava distribuída como nitrogenados. O total de amônia nitrogenada na água chegava a dois ou três, o que é alto, significa um descontrole, e eu consegui manter no máximo em 0,50 com o uso da TCP”, completa.
Medeiros ainda aponta outros benefícios verificados, como o equilíbrio na qualidade da água que acaba convertendo-se em produtividade.
Créditos da imagem: Acervo/Seafood Brasil
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