Tilápia brasileira tem novas oportunidades nos mercados internacionais
Estudo da Embrapa aponta expansão em exportações Europa e EUA, apesar do tarifaço americano
10 de outubro de 2025
Um estudo da Embrapa analisou o mercado de tilápia nos Estados Unidos e na Europa, destacando tanto oportunidades quanto desafios para os produtores brasileiros. Considerada o carro-chefe da aquicultura nacional, a tilápia mantém crescimento constante, mas especialistas reforçam que o Brasil ainda tem grande potencial devido à qualidade da água e à disponibilidade de áreas produtivas.
O estudo integra o projeto “Fortalecimento das exportações brasileiras da aquicultura”, coordenado pela Embrapa Pesca e Aquicultura, com apoio da Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR).
Consumo diferente: EUA x Europa
Segundo a Embrapa, enquanto nos Estados Unidos o consumo per capita anual chega a 460 g, consolidando a tilápia entre os peixes de carne branca mais populares, na Europa, a média é de apenas 39 g, concentrada em nichos étnicos, como latino-americanos, árabes, asiáticos e africanos. Manoel Pedroza, pesquisador da Embrapa Pesca e Aquicultura, explica: “nos EUA, a tilápia é amplamente consumida, tanto fresca quanto congelada. Na Europa, o consumo é restrito e mais sensível ao preço”.
Neste contexto, o estudo da Embrapa ainda destaca que o recente aumento de tarifas norte-americanas reduziu as exportações brasileiras em 32% em agosto de 2025, mas menos do que se projetava. Sendo assim, o resultado indica que o setor mantém presença relevante no mercado norte-americano, mesmo diante do cenário desafiador.
Oportunidades estratégicas para o Brasil
Nos EUA, há potencial de crescimento nas exportações de tilápia congelada, segmento com maior demanda, enquanto o filé fresco continua forte. Já na Europa, a tilápia fresca brasileira pode conquistar novos consumidores, especialmente com transporte aéreo eficiente e ações de marketing direcionadas. Neste ponto, estratégias de diferenciação, destacando qualidade e confiabilidade, são essenciais para ampliar a participação além dos nichos étnicos e competir com espécies como panga e polaca do Alasca.
Entre as oportunidades nos EUA estão a valorização do produto em nichos premium, maior demanda por rastreabilidade, redução da oferta de tilápia chinesa e de países da América Central, expansão do segmento congelado e agregação de valor com cortes especiais, empanados e embalagens prontas para consumo.
Desafios para o setor
Quanto aos obstáculos, na Europa, eles estão concentrados em aumentar a visibilidade da tilápia, estabelecer preços competitivos e reforçar a qualidade frente a outras espécies de carne branca.
Por outro lado, nos EUA, os produtores enfrentam tarifas elevadas, necessidade de ajustes de preço, logística complexa para produtos frescos e exigência de certificações internacionais.
Créditos imagens: Canva
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