Brasil assina Declaração de Copenhague contra crime na pesca
Projeto Blue Justice é uma iniciativa do governo da Noruega e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (UNDP)
22 de abril de 2021
O secretário da SAP/Mapa, Jorge Seif Jr., assinou nesta quinta-feira (22) a Declaração de Copenhague em adesão do Brasil à iniciativa Blue Justice, ação transnacional contra o crime organizado na indústria pesqueira. O projeto Blue Justice é uma iniciativa do governo da Noruega e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (UNDP, sigla em inglês).
O Brasil foi o 9º país da América Latina a aderir à declaração. No evento, Seif Jr., disse que a pesca é um negócio internacional multibilionário e, como o consumo vai continuar a crescer, os crimes associados ao segmento precisam ser controlados. “O crime está pegando carona neste crescimento e algo precisa ser feito”, pontuou o secretário.
Paulo Roberto Ribeiro Guimarães, embaixador do Brasil em Oslo, reforçou que a assinatura é simbólica. “O Brasil quer mandar uma mensagem forte de comprometimento com o combate ao crime nos oceanos e preservação dos recursos marinhos”, disse.
O evento também teve a presença do ministro da Pesca e Frutos do Mar da Noruega, Odd Emil Ingebrigtsen, e do secretário do Ministério das Relações Exteriores da Noruega e representante da primeira-ministra para o Painel de Alto Nível para uma Economia do Mar Sustentável, Jens Frolic Holthe e o do embaixador da Noruega no Brasil, Nils Martin Gunneng,
O ministro da Pesca e Frutos do Mar, Odd Emil Ingebrigtsen, comentou que neste ano o foco na recuperação sobre a situação da Covid-19 é compartilhado entre todos. Para ele, a indústria da pesca tem um papel fundamental neste processo, mas que o crime organizado transnacional está ameaçando-a. A declaração começou em 2018, em Copenhagen, e desde então a adoção aumentou de 9 para 34 declarantes. “Há a importância do apoio do Brasil e dos outros países, como grandes nações que são”, falou.
Já Jens Frolich Holthe, secretário do Ministério das Relações Exteriores da Noruega, destacou a importância do trabalho do grupo e sublinhou que o papel da América Latina é fundamental. “Temos 9 de 34. O Brasil tem uma costa que é muito importante para a identidade nacional”, destacou. Segundo ele, o painel reúne mais 30 outros países, além da Noruega, que buscam avaliar como produzir mais sem aumentar a pressão sobre os recursos oceânicos. “Precisamos fazer isso de uma forma sustentável. A mais importante recomendação é ter 100% de controle sobre o gerenciamento dos oceanos até 2025”.
“Isso é muito importante. Ambos os países [Brasil e Noruega] estão entre as nações com as maiores costas do mundo e, com isso, vem muita responsabilidade. O crime nos oceanos é uma questão que cruza fronteiras e sabemos do compromisso do Brasil no combate ao crime internacional”, falou o embaixador da Noruega no Brasil, Nils Martin Gunneng.
Para ele, a questão é como continuar obtendo recursos do mar, destacando que para o Brasil e a Noruega, isso tem um foco particular, principalmente porque nos últimos 170 anos o país exportou bacalhau ao Brasil. “A nossa vontade de trabalhar juntos vai nos ajudar a manter este comércio”, falou.
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