Exportações de pescado do RN aos EUA caem 80% após tarifaço
Comercialização

Exportações de pescado do RN aos EUA caem 80% após tarifaço

Tarifa de 50% imposta pelos EUA reduz exportações de atum e preocupa setor pesqueiro do Rio Grande do Norte

23 de setembro de 2025

Participe agora do grupo da Seafood Brasil no WhatsApp e receba as principais notícias do setor de pescado. Clique aqui e junte-se a nós!


As exportações de pescado do Rio Grande do Norte para os Estados Unidos registraram uma queda expressiva de 80% após a implementação de uma tarifa de importação de 50% pelo governo norte-americano. A medida, que entrou em vigor recentemente, impactou diretamente a indústria pesqueira do RN, reduzindo o volume destinado ao mercado dos EUA para apenas 20% do que era exportado anteriormente. As informações são do portal Por dentro do RN. 

De acordo com o Sindicato da Indústria da Pesca do RN (Sindipesca), a situação levou à paralisação de metade da frota de embarcações de pesca de atum, um dos principais produtos exportados pelo Estado. O volume exportado, que antes girava em torno de 300 toneladas por mês, caiu para menos de 50 toneladas. Parte do custo adicional está sendo absorvida pelas indústrias locais e parte repassada aos compradores por meio de negociações diretas.

Apesar da forte retração, o setor ainda não registrou demissões. Algumas empresas do setor pesqueiro optaram por conceder férias aos trabalhadores como estratégia para manter empregos diante da queda na produção.


Impacto nas exportações gerais do Estado

Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), as exportações totais do Rio Grande do Norte para os EUA recuaram 74% entre julho e agosto, passando de US$ 6,25 milhões para US$ 1,62 milhão.

Neste contexto, os segmentos mais afetados foram o pescado e o sal marinho, ambos com forte participação no mercado norte-americano.

O presidente do Sindipesca-RN, Arimar França Filho, afirmou que há expectativa pela rápida regulamentação do Plano Brasil Soberano, que prevê linhas de crédito e outras medidas de apoio às empresas para evitar demissões. Ele também ressaltou que a abertura do mercado europeu pode ser uma alternativa estratégica para compensar parte das perdas com os Estados Unidos.


Setor salineiro também sofre impactos

O setor salineiro do RN, que destinava 47% das exportações aos EUA, também foi fortemente atingido. Segundo Airton Torres, presidente do Sindicato da Indústria de Extração do Sal (Siesal), o prejuízo é considerado “incalculável”. Ele alertou ainda para o risco de que clientes perdidos não sejam recuperados no futuro.

Mesmo diante das dificuldades, as empresas do setor não planejam cortes de pessoal no momento, priorizando a manutenção dos empregos.

Entre as medidas adotadas para mitigar os efeitos da crise, está a ampliação temporária do Programa de Estímulo ao Desenvolvimento Industrial do RN (Proedi), que dobrou os incentivos do ICMS e garantiu até R$ 2 milhões em crédito presumido. Além disso, foi discutida em Brasília a inclusão do sal no programa Reintegra, durante reunião com o vice-presidente Geraldo Alckmin.


Mobilização em busca de soluções

A Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (FIERN) tem atuado em conjunto com os governos federal e estadual na busca por soluções.

O presidente da entidade, Roberto Serquiz, participou de uma missão aos Estados Unidos para apresentar os impactos do “tarifaço” às instituições locais. Ele destacou que o atum do Rio Grande do Norte possui características que dificultam sua substituição no mercado norte-americano.

De acordo com Serquiz, a prioridade é preservar empregos e diversificar mercados. Algumas empresas estão programando férias coletivas e aceitando sacrificar margens de lucro para manter as operações. Os próximos 6 meses serão decisivos para avaliar se haverá desligamentos ou perdas estruturais no setor.


Diversificação de mercados como alternativa

O secretário-adjunto de Desenvolvimento Econômico do RN, Hugo Fonseca, reforçou que o governo estadual está atuando para incentivar a diversificação das exportações.

Ele destacou como sinais positivos o crescimento das exportações brasileiras para o México, que aumentaram 43,8%, e para o Mercosul, com alta de 40,4% em agosto. Esses números indicam oportunidades para reduzir a dependência do mercado norte-americano.

Em nível nacional, o Plano Brasil Soberano prevê R$ 30 bilhões em crédito via Fundo Garantidor de Exportações, aumento das alíquotas do Reintegra, prorrogação do regime de drawback e apoio aos produtores por meio de compras públicas. A expectativa é que essas linhas de crédito sejam regulamentadas ainda em setembro, beneficiando diretamente empresas do Rio Grande do Norte e fortalecendo o setor pesqueiro.

 

Quer ficar por dentro dessas e outras notícias do universo do pescado? Acesse nossa seção de notícias e também não deixe de seguir os perfis das Seafood Brasil no Instagramno Facebook e no YouTube!


Créditos imagens: Seafood Brasil

atum, EUA, exportações, pesca, Rio Grande do Norte, setor pesqueiro, Tarifaço

 
publicidade 980x90 bares
 

Notícias do Pescado

 

 

 
SeafoodBrasil 2019(c) todos os direitos reservados. Desenvolvido por BR3