Maturidade tecnológica e o futuro da indústria do pescado para 2025
Por Jairo Gund, diretor executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Pescados (Abipesca)*
06 de fevereiro de 2025
*Artigo escrito para o Anuário Seafood Brasil #55
A Quarta Revolução Industrial (Indústria 4.0) é um desdobramento das três revoluções anteriores: a Primeira, que ocorreu na segunda metade do século XVIII com epicentro na Inglaterra, sendo marcada pela substituição do trabalho artesanal pelo assalariado e pelo uso de máquinas; e a Segunda, que teve início por volta de 1850 e envolveu o desenvolvimento das indústrias química, elétrica, de petróleo e aço.
No entanto, a Terceira Revolução Industrial, iniciada por volta de 1950, foi marcada pela substituição da mecânica analógica pela digital, pelo uso de microcomputadores, pela criação da internet (1969), pela digitalização de arquivos e pela introdução da robótica em larga escala. Este período também foi marcado pelo desenvolvimento de novas fontes de energia, como a nuclear, a solar e a eólica, além do avanço da engenharia genética e da biotecnologia. Grandes inovações na agricultura e a invenção do telefone celular por Martin Cooper (1973) também datam desse período, sendo que as evoluções deste último são os principais indutores do início da Quarta Revolução Industrial.
Nesta rápida viagem pelas grandes fases das Revoluções Industriais, chegamos a 2011, quando o termo “Indústria 4.0” foi utilizado pela primeira vez na Alemanha, durante a feira Hannover Messe, onde foi apresentado um plano de desenvolvimento das indústrias alemãs, com o conceito de utilização de softwares que possibilitavam a conexão entre homens e máquinas. Logo, informações sobre demanda, controle de fabricação, integração de processos, pessoas e máquinas formaram a era inaugural da Indústria 4.0.
O período da Primeira Revolução Industrial teve duração de aproximadamente 100 anos, o mesmo intervalo entre o início da Segunda e da Terceira. Já o salto tecnológico que marca o início da Quarta Revolução ocorreu cerca de 60 anos após a Terceira. Passados 14 anos desde o lançamento do conceito da Indústria 4.0, não apenas observamos o encurtamento do tempo entre as fases, como também já identificamos sinais de que uma nova revolução está a caminho: a Indústria 5.0. Esta nova fase se aproxima com a implementação da Inteligência Artificial (IA) nas indústrias, o rápido crescimento de tecnologias de machine learning, a autocertificação de processos produtivos (como o e-Cert, já em curso no Brasil para outras cadeias produtivas), o uso de blockchain e, em breve, as aplicações da computação quântica nos processos fabris.
Outra grande característica desta nova era é a relação entre a IA e as relações humanas, o que indica uma transformação profunda no modelo de gestão de pessoas, muito além dos tradicionais choques geracionais nas grandes corporações, negócios familiares ou artesanais. Ou seja, mais do que nunca, as soft skills serão ingredientes principais para o sucesso na transformação tecnológica e sobrevivência no mercado de pescado, cada vez mais competitivo.
Este texto faz parte da série de artigos publicados no Anuário Seafood Brasil #55. Para ler este e outros artigos na íntegra presentes nesta edição, clique aqui.
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Crédito imagem texto: Divulgação
Créditos imagem: Canva
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