PAC: Será que é necessário passar na barreira sanitária?
Indústria

PAC: Será que é necessário passar na barreira sanitária?

Barreira sanitária ou bloqueio, como o próprio nome diz, é o que vai evitar a entrada de contaminação na indústria

Elane Cristine Correia Santose Luciana Lacerda e Renata Miranda de Carvalho - 12 de junho de 2023

Falar de higiene e hábitos higiênicos não deveria ser um assunto difícil, porém segundo dados do site tratabrasil.org.br, 44,2% da população brasileira não tem rede de esgoto. Há também uma discrepância entre regiões, onde no Sudeste temos 81,7% e Norte com apenas 14% da população com rede de esgoto. 
 
Infelizmente, nem todo mundo tem acesso ao saneamento básico e então como serão os hábitos das pessoas que não têm acesso à água ou ao esgoto? A partir disso vem a primeira dica! Quando for contratar, o treinamento tem que ser o básico. Sim, temos que falar que é necessário lavar as mãos após ir ao banheiro!
 
Além disso, quando falamos em controle de condições higiênicas e saúde do colaborador nas indústrias e estabelecimentos alimentícios, muitas vezes não paramos para nos atentar a um dos principais veículos de possível contaminação cruzada no produto: o próprio colaborador. Ele, colaborador, quando não segue as boas práticas pode carregar contaminantes ao pescado através de mãos mal higienizadas, uniformes com sujidades, barba, adornos, esmalte e até mesmo através de um simples espirro ou tosse, caso esteja gripado.
 
Sendo assim, é imprescindível que todos os colaboradores estejam em condições adequadas de saúde e isso pode ser garantido com o atestado de saúde ocupacional cuja frequência deve ser, no mínimo, anual. 
 
Tenham treinamento e consciência das boas práticas de manipulação, respeitando os procedimentos de lavagem das mãos e botas na entrada da área de manipulação e durante os trabalhos, tenham asseio pessoal, mantenham a organização dos armários, EPI e uniformes.
 
A parte documental do programa deve contemplar a descrição dos procedimentos, como lavagem de mãos, botas e EPI, o fluxo dos funcionários, os tipos de uniformes, se houver diferenciação por setor e descrito os treinamentos que serão aplicados. Estes treinamentos devem ser registrados, bem como as frequências dos procedimentos, trocas e treinamentos. É necessário ainda descrever o procedimento de acesso dos visitantes, que deve ser tão rígido quanto o dos colaboradores.
 
Também deve ser descrito as possíveis não conformidades, as ações corretivas e preventivas, como será o monitoramento, a verificação e a frequência destes - o que já foi citado nos textos já publicados de outros PACs!
 
Um alerta: cuidado ao liberar a entrada de pessoa com roupa civil e jaleco, com um propé e sem calçar uma bota na área de produção. Pode ser o motivo da dificuldade de comunicação com a equipe de produção, a equipe de qualidade ou gerência terá mais simpatia dos colaboradores se seguir os mesmos procedimentos e usar os mesmos uniformes e EPIs.
 
A higienização de uniformes deve ser feita por lavanderia própria ou terceirizada, mas é importante existir o procedimento descrito, com a listagem dos produtos químicos que são utilizados, bem como seu registro em órgão competente.
 
E uma dica que trará bons resultados em relação a conduta dos funcionários que trabalham no processo operacional: fazer algumas averiguações periódicas surpresas nos armários para ter certeza de que não guardam alimentos ou outros itens proibidos. Lembrando que é proibido a alimentação nos vestiários.
 
Depois destas informações ficou claro que a barreira sanitária ou bloqueio, como o próprio nome diz, é o que vai evitar a entrada de contaminação na indústria, logo, este hábito deve estar bem assimilado por todos!
 
Esperamos que estejam gostando dos conteúdos e colocando em prática as dicas para o processo de melhoria contínua no seu estabelecimento. Caso precisem de trabalhos específicos podem entrar em contato conosco em um dos nossos canais, que teremos o maior prazer em atendê-los.
 
Este artigo faz parte da série: Desmistificando os programas de autocontrole e quais os principais pontos a serem atendidos. Clique aqui e veja mais.
 
Sobre a Equali-Z
 
 
E-mail: qualidade@equali-z.com, luciana.lacerda@equali-z.com ou elane.correia@equali-z.com
 
Créditos: Canva.
 
 

Sobre Elane Cristine Correia Santos
 
  • Consultora Técnica Comercial (Equali-z | EC Consultoria). Zootecnista graduada pela Universidade Estadual Paulista (Unesp). 12 anos de experiência na cadeia de pescado (frescos, congelados, salgados seco e sushi) / GPA - produção, indústria, inspeção, distribuição, varejo, estratégias de venda, marketing, sustentabilidade e desenvolvimento de produtos/equipamentos. elane.correia@equali-z.com
 
Sobre Luciana Lacerda
 
  • Zootecnista, fundadora da Equali-z, empresa especializada em Qualidade de processos e produtos. luciana.lacerda@equali-z.com
 
Sobre Renata Miranda de Carvalho
 
  • Médica veterinária graduada na Universidade Estadual de Londrina (UEL), especializada em higiene de alimentos e técnica fiscal da Federal Agropecuária no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
 
publicidade 980x90 bares
 

Notícias do Pescado

 

 

 
SeafoodBrasil 2019(c) todos os direitos reservados. Desenvolvido por BR3