Personagem Seafood Brasil #59: Maria Aparecida Mendes
Pesca

Personagem Seafood Brasil #59: Maria Aparecida Mendes

Cida Pescadora usou seu talento e empoderamento para ser a primeira mulher a tirar a carteira de pescadora artesanal profissional no Brasil

08 de agosto de 2025

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A emancipação feminina é um processo histórico e contínuo de busca por igualdade e reconhecimento dos direitos femininos, como a conquista da mulher ao voto que no Brasil aconteceu apenas em 1932. De lá para cá, a mulher obteve avanços que, a cada dia, atingem mais camadas da sociedade, como o mundo do pescado, por exemplo. E é neste contexto que a história de Maria Aparecida Mendes se mistura com a luta (e as vitórias) da emancipação feminina. Afinal, a personagem desta edição se tornou a primeira mulher a obter a carteira de pescadora artesanal profissional no Brasil.

Alagoana da cidade de Batalha, Cida Pescadora, como é conhecida, trabalha há mais de 50 anos com peixe. Filha mais velha de 11 irmãos, ela relembra que, desde muito pequena, quando tinha 7 anos de idade, já acompanhava seu pai no trabalho, que também era pescador. “Eu nunca ganhei uma boneca, por exemplo. Além disso, eu também não estudava porque onde a gente morava, não tinha escola”, detalha. Já com 9 anos de idade, Maria Aparecida e sua família se mudaram para a Bahia, na região do Rio São Francisco, próximo a Paulo Afonso.

Porém, apesar de sua família sempre ter vivido da atividade da pesca, Cida relata que sua ideia não era ser pescadora. “Primeiro, eu queria aprender a ler e a escrever”, explica. “No entanto, meu marido faleceu quando eu era muito nova e, com duas filhas pequenas à época, a única alternativa que me restou foi a pesca. E foi aí que comecei a sentir na pele o quão difícil era ser mulher solteira e pescadora”, pontua. “Vivi situações como assédio, humilhação, preconceito, entre outras. Então, eu decidi lutar pela minha carteira de pesca.”

Ela conta que obter a sua licença só aconteceu depois de um bate-papo com um capitão da Marinha, que a ouviu e a orientou para tirar sua carteira de pesca. “Tirei meu registro em 15 de julho de 1997 e, com esse reconhecimento, mostrei às mulheres pescadoras, que eu chamo de ‘Trabalhadoras da Pesca’, que todas podem conquistar seus direitos”, enaltece. Já a constatação de que sua licença foi a primeira concedida a uma mulher pela Marinha brasileira veio através do Museu da Pessoa, em São Paulo, capital. “Por isso, eles vieram aqui para minha cidade em Sobradinho, na Bahia, para me entrevistar e contar a minha história que hoje está exposta no museu.”

 

Este texto faz parte da seção "Personagem" da Seafood Brasil #59. Para ler esta e outras matérias desta edição na íntegraclique aqui.


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Créditos imagem: Divulgação

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