Quaresma 2025: demanda aquecida geram boas perspectivas para o período
Estabilidade de preços frente às outras proteínas e a demanda ampliada devem impulsionar as vendas no início do ano
04 de abril de 2025
O setor do pescado se prepara novamente para um período de demanda aquecida e vendas ampliadas na Quaresma e na Semana Santa de 2025. A extensão do ciclo de alta neste ano vai até abril, o que reforça o otimismo da cadeia produtiva.
A proximidade do período tem animado as empresas importadoras, como conta Julio César Antônio, presidente da Associação Brasileira de Fomento ao Pescado (Abrapes). Para ele, as datas seguem como uma das mais relevantes para o mercado, impulsionando as vendas, especialmente em redes supermercadistas e varejistas. "Em 2025, esse potencial é reforçado pelo calendário, o que favorece também um bom movimento no comércio desde o final do primeiro trimestre", explica.
Segundo Antônio, os importadores, mesmo enfrentando oscilações cambiais menos favoráveis, têm se preparado com programações de compra mais robustas para atender à demanda com maior eficiência. "A experiência ao longo dos anos tem permitido ao setor ajustar melhor suas operações, garantindo um estoque adequado mesmo com os desafios impostos pelo mercado internacional", destaca.
Na pesca, as empresas que compõem o Sindicato dos Armadores e das Indústrias da Pesca de Itajaí e Região (Sindipi) preveem que a temporada de captura deve manter os níveis de 2024, especialmente pelo calendário do ano. Segundo a entidade, historicamente, um período mais longo de comercialização em safras importantes, como a da sardinha, que tem início no final de fevereiro, representa um incremento substancial nas vendas
Pescado na dianteira das proteínas animais
Já a indústria de pescado também projeta um período positivo, impulsionado pelo calendário da Páscoa, mas sobretudo pelos valores do pescado no mercado. Segundo Jairo Gund, diretor executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Pescados (Abipesca), o mercado já começou aquecido, reflexo da inflação sobre os alimentos. "A inflação, a ameaça ao consumo, também favorece o pescado neste momento, pois se torna mais viável ao consumidor em comparação às carnes", afirma.
Os preços do pescado vêm destoando da inflação geral e das demais proteínas. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, em dezembro de 2024, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do Brasil encerrou a variação acumulada nos últimos 12 meses em 4,83%, enquanto o pescado encerrou o mesmo período em 0,81% - número bem abaixo das demais proteínas animais analisadas. Já o grupo “Alimentação e Bebidas” acumulou alta de 7,69% em 12 meses, impactando o índice em 1,63 pontos percentuais.
E para garantir o abastecimento neste começo do ano, a indústria reforçou estoques e ampliou compras desde o segundo semestre de 2024. No entanto, conforme Gund, desafios como a falta de alinhamento entre o calendário de defeso e o período comercial ainda persistem, afetando o fluxo de caixa das indústrias que não contam com os mesmos incentivos financeiros do agronegócio.
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Créditos imagem: Canva
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