A safra 2020 da tainha (Mugil liza) começa na sexta-feira (1), e previsões de um inverno rigoroso deixam os pescadores mais confiantes nas capturas deste ano, após a decepção na temporada passada que foi marcada por confusões entre a justiça, o governo e o setor.
No ano passado, a liberação da atividade ocorreu em maio, mas apenas no dia 3 de julho, que a justiça autorizou o começo da safra industrial de tainha para as embarcações que não tinham irregularidades no Cadastro Técnico Federal (CTF) e nem a interrupção injustificada do Programa Nacional de Rastreamento de Embarcações Pesqueiras por Satélite (Preps).
Normas
No começo de abril, a
Secretaria de Aquicultura e Pesca (SAP) estabeleceu as cotas de captura, a criação da Autorização de Pesca Complementar Especial, o limite de embarcações que poderão receber a Autorização de Pesca Complementar Especial, e as medidas de monitoramento associadas para a temporada de pesca de tainha (Mugil liza) 2020.
Ficou definiu a cota máxima de captura de tainha (Mugil liza) em 627,8 toneladas para a frota de cerco/traineira para operar no Sudeste e Sul e 1.196 toneladas para a frota de emalhe anilhado de Santa Catarina no Sudeste e Sul.
Já na segunda-feira (27) a Secretaria publicou a
Instrução Normativa no12, que estabelece critérios para o preenchimento de vagas remanescentes da frota de emalhe anilhado para pesca de tainha para os que perderam o prazo anterior e/ou não cumpriram as exigências previstas. E a lista de embarcações credenciadas pelo Edital de Credenciamento MAPA no 5, de 13 de dezembro de 2019, foi veiculada pela
Instrução Normativa SAP/MAPA no 7, de 3 de abril de 2020.
Confiantes
Conforme o
Engeplus, pescadores da Colônia Z-33 estão otimista com a safra deste ano, principalmente pela previsão do inverno rigoroso. Previsão mensal do The Weather Channel indicam que as temperaturas devem começar a cair a partir de 10 de maio, em Florianópolis, oscilando entre 16ºC e 23ºC, podendo chegar entre 13ºC e 21ºC na segunda quinzena de junho. Julho deve ser ainda mais frio, com máximas de 20ºC. Em 2019, foram capturadas menos de 50 toneladas na Colônia, ou seja, uma temporada fraca segundo o
presidente da Z-33, João Piccolo.
Além da aposta no inverno, os pescadores de Santa Catarina também precisam ter cuidados com a Covid-19, segundo o
NDmais. O pescador
Alionezio Souto, da Lagoinha do Norte, em Florianópolis, relata que nas véspera do início da safra, momento de consertar redes e arrumar os barcos, muitos artesanais estão receosos e acabam ficando em casa.
“Aqui trabalhamos ao ar livre, mais longe um do outro e de máscaras. Cada um traz a sua e temos álcool gel. Mas a grande maioria dos pescadores tem mais de 50 anos e muitos estão com medo. Os idosos nem estão vindo mais”, diz Alionezio.
A temporada de pesca da tainha no ano passado chegou ao fim com frustrações. Em 2019, a liberação ocorreu em maio e passou por uma longa confusão entre o governo, a justiça e o setor (leia mais aqui). Apenas no dia 3 de julho, que a justiça autorizou o começo da safra industrial de tainha para as embarcações que não tinham irregularidades no Cadastro Técnico Federal (CTF) e nem a interrupção injustificada do Programa Nacional de Rastreamento de Embarcações Pesqueiras por Satélite (Preps), durante a última safra.
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