Tainha 2026: cota sobe 15% e gestão ganha reforço técnico
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Tainha 2026: cota sobe 15% e gestão ganha reforço técnico

GT Tainha define cota para 2026 e incorpora estudo sobre avaliação de estoque à tomada de decisão

17 de dezembro de 2025

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A 18ª Reunião Ordinária do Grupo de Trabalho (GT) da Tainha (Mugil liza), realizada no final de novembro, marcou o encerramento de 2025 com definições para a próxima safra. Como destacou o Sindicato da Indústria da Pesca de Itajaí e Região (Sindipi), o colegiado apresentou a cota total indicativa para 2026 em 7.780 toneladas, volume cerca de 15% superior ao limite estabelecido na última safra.
 
Entre os encaminhamentos aprovados, o GT acolheu propostas do Sindicato, incluindo o remanejamento integral da cota remanescente dentro da própria modalidade de pesca e a redistribuição proporcional entre embarcações devidamente habilitadas e credenciadas. Também foi validada a revisão dos critérios relacionados ao PREPS e aos Mapas de Bordo no processo de seleção.
 
O Sindipi ainda deverá apresentar uma contraproposta solicitando aumento da cota destinada à modalidade de cerco/traineira e ampliação do número de embarcações habilitadas. A entidade argumenta que a medida é necessária para corrigir distorções observadas na safra anterior e fortalecer a previsibilidade do setor produtivo, preservando a representatividade da modalidade.
 
Avaliação de estoque embasa decisões

 

O Grupo de Trabalho da Tainha é coordenado pelo Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), e também apresentou uma pesquisa, efetuada por meio de um Termo de Execução nº 30/2023 entre o ministério e a Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), que consiste em uma avaliação do estoque de tainha nas regiões Sudeste e Sul do Brasil, utilizando dados de captura, esforço de pesca, monitoramento estadual, informações biológicas e séries históricas. O objetivo foi, segundo o MPA, fornecer um diagnóstico transparente e tecnicamente robusto sobre a situação atual do estoque e suas tendências ao longo do tempo.
 
De acordo com professor associado do Instituto do Mar da Universidade Federal de São Paulo (IMAR-UNIFESP) e coordenador científico da avaliação de estoque da tainha, Bruno Mourato, foram aplicados métodos modernos de modelagem. “A pesquisa incluiu modelos estruturados por idade e modelos de produção, além de análises de incerteza para estimar o tamanho do estoque, seus níveis de exploração e parâmetros essenciais para a gestão pesqueira”, destaca.
 
O estudo estima indicadores como biomassa do estoque, nível de exploração, risco de sobrepesca, rendimento máximo sustentável (MSY), limites biologicamente aceitáveis (LBA) e limite de captura anual (LCA), oferecendo suporte técnico para a definição de cotas, regras de gestão e medidas de conservação.
 
Avanço na geração de dados

Com base na nova avaliação, o MPA indicou a possibilidade de ampliação da cota da tainha para 2026 em todas as modalidades. Para o biólogo da Secretaria Nacional da Pesca Artesanal (SNPA), Leonardo Pinheiro, o avanço na geração de dados tem sido decisivo. “Com a nova atualização da avaliação de estoque foi possível conhecer os parâmetros que dão o norte para a gestão. A pesquisa fez com que os valores que a gente têm de limite, para fazer a partilha das cotas, fosse alterado. Então, essa alteração possibilita ter um aumento da cota para todas as possibilidades, mas que ainda vai ser definido”, avalia.

Segundo Pinheiro, o processo de construção da próxima safra foi marcado por ampla participação social. “Essa demanda de aumento é de todos os setores, para garantir uma captura mais rentável. Ao longo deste ano, foram 20 reuniões e diversas visitas técnicas nos territórios, nos cincos estados que pescam tainha, do Rio Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Paraná. Tivemos a oportunidade de conversar com mais 800 pessoas. Foi um amplo espaço de participação social, tanto de acompanhamento da safra, quanto para elaboração da safra de 2026”, finaliza.

 
Balanço 2025, edital e calendário da próxima safra
 
Em 2025, o Sindipi lembra que o limite total de captura da Mugil liza foi de 6.795 toneladas. Das 12 vagas previstas em edital, 10 embarcações de cerco foram credenciadas, com autorização para capturar até 50 toneladas cada. Ao final da temporada, a frota industrial atingiu 92% da cota da modalidade, fixada em 450 toneladas, e repassou 150 toneladas para a modalidade de arrasto de praia.
 
Já para a safra de 2026, um edital deverá ser publicado em janeiro, com um período de inscrições de 14 dias, a partir de 12 de janeiro, e conclusão de todo o certame até 25 de abril de 2026, segundo informaram os técnicos do MPA, na última reunião do GT. 
 
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Créditos da imagem: Canva 
 

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