UE, Noruega e Reino Unido reduzem cotas no Mar do Norte para 2026
Pesca

UE, Noruega e Reino Unido reduzem cotas no Mar do Norte para 2026

Acordo conjunto prevê cortes expressivos nas cotas, forte redução no TAC do bacalhau e novo plano para o arenque

12 de dezembro de 2025

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Segundo o site Europa Azul, a União Europeia (UE), a Noruega e o Reino Unido chegaram a um acordo para definir as cotas de pesca no Mar do Norte em 2026, após negociações marcadas pelo equilíbrio entre conservação dos estoques e a pressão socioeconômica sobre comunidades pesqueiras da região. As partes chegaram a um acordo sobre os Totais Admissíveis de Captura (TAC) das principais espécies compartilhadas como eglefino, carbonero, merlán, solha, arenque e o bacalhau — esse último, terá uma captura diminuída em 44% para 2026 — assegurando centenas de milhares de toneladas de captura para a frota europeia.

Segundo as autoridades, as cotas foram definidas em conformidade com o conceito de Rendimento Máximo Sustentável (RMS) e trazem previsibilidade ao setor. No entanto, os números revelam um cenário desafiador para 2026, especialmente para a pesca demersal, que sofrerá reduções de dois dígitos e exigirá maior rigor no controle e na recuperação dos estoques.


Bacalhau: forte recuo evita fechamento total da pescaria

De acordo com o site, o ponto mais sensível do acordo é o bacalhau, que está há anos no centro de debates entre cientistas, pescadores e ambientalistas. O parecer científico mais recente do ICES recomendava zero captura em 2026 em razão da situação crítica de parte do estoque.

O setor pesqueiro, porém, alertava que tal medida causaria prejuízos severos a comunidades inteiras e aumentaria os descartes em pescarias mistas, onde o bacalhau aparece como espécie acessória.

O acordo final optou por um meio-termo:

=> Não haverá fechamento total
=> Mas o TAC será reduzido em cerca de 44% em relação a 2025

Além disso, foram incluídas medidas de remediação, tais como:

=> Ampliações de fechamentos temporários e espaciais
=> Mais fechamentos em tempo real
=> Regras mais rígidas para capturas acessórias em pescarias de arrasto

Em outras palavras, o site destaca que o recado político é claro: mantém-se um nível mínimo de exploração, mas qualquer descumprimento poderá resultar em restrições ainda maiores nos próximos anos.
 

Arenque terá novo plano de gestão e redução do TAC

Outro destaque é o arenque, que passa a seguir um novo plano de gestão de longo prazo elaborado em conjunto pelas três partes. O objetivo é estabilizar a biomassa e reduzir a volatilidade anual dos TACs nas áreas do Mar do Norte, Skagerrak e Kattegat.

Para 2026, o arenque terá redução significativa do TAC, em linha com recomendações científicas recentes. A medida ocorre em um contexto em que a atividade enfrenta custos operacionais elevados e disputa crescente por espaço, principalmente devido à expansão dos parques eólicos offshore, conforme aponta a Agência Internacional de Energia (IEA).

O acordo também amplia o acesso recíproco de embarcações a determinadas áreas do Norte, garantindo a continuidade de importantes pescarias pelágicas.
 

Outras demersais também sofrem cortes

Além do bacalhau e do arenque, outras espécies importantes do Mar do Norte apresentam ajustes:

=> Carbonero e arenque registram reduções de dois dígitos
=> Eglefino permanece relativamente estável
=> Solla e merlán sofrem cortes mais moderados

Nas pescarias mistas, o risco é que uma única espécie com baixa cota — como o bacalhau — acabe limitando toda a operação, mesmo quando outros estoques apresentam situação biológica mais favorável.

Organizações do setor alertam que um modelo baseado fortemente em estoques individuais contrasta com a realidade prática das pescarias mistas. O desafio é alinhar ciência e operação sem inviabilizar frotas inteiras.
 

Impacto direto sobre a indústria europeia

Os cortes terão impacto expressivo sobre frotas do norte e centro da Europa, para as quais essas espécies representam parte fundamental da atividade e do abastecimento da indústria de transformação — incluindo filetagem, salgação, congelamento e elaboração de produtos.

O debate interno na UE, Reino Unido e Noruega agora se concentra em medidas de compensação, como:

=> Programas de desativação de embarcações
=> Incentivos ao uso de artes mais seletivas
=> Apoio ao combustível
=> Estímulos ao relevo geracional
=>Fortalecimento da aquicultura, vista como fonte complementar de oferta
 

Próximos passos

O texto do acordo será incorporado ao Regulamento de Possibilidades de Pesca da UE para 2026, e os demais parceiros ajustarão seus marcos regulatórios internos. Em paralelo, continuam as discussões sobre integração das pescarias mistas nos modelos de gestão, harmonização entre objetivos biológicos e sociais e coordenação da ocupação do espaço marítimo, sobretudo diante da expansão das energias renováveis.
 

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Créditos imagens: Canva

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