Como foi a Seafood Expo Global em sua mudança para Barcelona
Indústria

Como foi a Seafood Expo Global em sua mudança para Barcelona

Leia a matéria completa, inclusive com a participação brasileira, na Seafood Brasil #44

09 de agosto de 2022

A cosmopolita Barcelona se tornou em 2022 a nova capital mundial do pescado. A cidade escolhida pela organização da Seafood Expo Global recebeu pela primeira vez o evento em sua nova fase pós-Bruxelas (Bélgica) com poucos asiáticos, em razão da
pandemia e suas restrições ainda vigentes, especialmente na China.
 
Em abril, período de realização da feira, o transporte público na cidade ainda mantinha o uso da máscara obrigatório, mas em locais fechados como o pavilhão Fira Barcelona o uso era facultativo.
 
Mesmo assim, não deu para se esquecer completamente da Covid-19. No estande do Japão, por exemplo, todos estavam de máscara e uma placa na entrada colocava o acessório como condição para entrar.
 
No único estande de empresas chinesas, os responsáveis estavam conectados via internet diretamente da China para dialogar com potenciais compradores com o auxílio de representantes locais.
 
Outra mudança flagrante foi a montagem dos estandes, grande parte com o uso de madeira, que sinalizava uma preocupação em associar o pescado à sustentabilidade. Mowi, Pescanova, ProChile, Discefa, Balfego, Nordic Seafood, Alaska Seafood  Marketing Institute, Maruha Nichiro e o estande de Angola foram alguns que apostaram na vertente. 
 
Outros optaram por uma decoração mais ousada, como o barco cheio de peixes da Europeixe uma mulher vestida de sereia no estande de Hamburgo. O movimento geral desta que foi a 28ª edição do evento superou as expectativas: alto trânsito nos
corredores e superlotação nos restaurantes. Foram 1.550 empresas expositoras de 76 países diferentes e 26.630 visitantes. O tamanho do evento, que ocupou 39.847 m2 em quatro pavilhões da Fira Barcelona, correspondeu a 98% do tamanho da maior edição que a organização já tinha realizado.
 
Gestão dos impactos pandêmicos
 
O estrangulamento logístico e a disrupção na cadeia de suprimentos foram o principal impacto da pandemia entre os expositores entrevistados pela Seafood Brasil. Muitos, inclusive, aproveitaram a feira para restabelecer contato com compradores tradicionais
com quem tiveram alguma pendência de negociação durante a pandemia. “A pandemia afetou nossos negócios e tivemos de nos adaptar ao novo normal, porque todos os insumos aumentaram e tivemos de renegociar contratos”, conta Marie-Aude Irma, executiva do departamento de exportação da Damsa, indústria de conservas marroquina. “Alguns clientes recusaram e outros aceitaram, então tivemos de lidar com isso e tolerar alguns prejuízos”, lamenta.
 
Há quem tenha conseguido capitalizar em cima da situação pandêmica. Verena Sanchez de Molina, gerente de exportação da Viciunai, usou uma frase tipicamente espanhola: “No hay mal que por bien no venga”. Ela se refere à busca das empresas pela diversificação de canais e mercados internacionais. “O retail melhorou muito em função da venda online, mas o food service se viu afetado seriamente”, frisa. 
 
Beneficiados pelo fluxo terrestre de transporte de pescado no continente, os europeus contornaram os problemas tratando tudo como um grande mercado doméstico. “Nosso foco principal é a venda de polvo para a Europa por via terrestre. Neste ano estamos crescendo em faturamento e volume, ainda que haja problemas de matérias-primas ou logísticos e que a demanda volte a crescer. Os contêineres da Ásia continuam mais caros, outros locais têm demora nos portos”, aponta Marcos Arevalillo, gerente de exportação da Fesba.
 
A diversificação de canais foi a mesma linha adotada pelo equatoriano Andrés Cuka, diretor da indústria de conservas Marbelize, entre os maiores fabricantes de pouches de atum para o food service em todo o mundo, com quase 900 contêineres mensais. “Isso nos obrigou a sair da zona de conforto. 
 
Implementamos contratos com grandes superfícies, cadeia de supermercados, isso nos fez buscar uma capacidade que não tínhamos para distribuição. Consolidamos este mercado de retail que nos fez cair 0,4% das vendas, havendo perdido 69% de vendas em food service”, calcula.
 
O desafio agora é compatibilizar a expansão realizada nos novos canais com a retomada da alimentação fora do lar em um contexto em que a indisponibilidade de contêineres e o alto custo de insumos persistem. “Nós exportamos 93% do que produzimos, 60% Europa e 40% America. Muitos clientes consolidaram compras, compravam um ou dois ao mês, e agora compram 12”, exemplifica Cuka. 
 
Seu compatriota, Jeinner Samaniego, da Excamecor, reclama do alto patamar dos insumos industriais. “Tivemos problema de insumos para embalagem, como cartão e bandejas, mas os preços seguem altos.”
 
Leia a matéria completa, inclusive com a participação brasileira, na Seafood Brasil #44. Clique aqui.
 
Créditos: Seafood Brasil
 

Alaska Seafood Marketing Institute, Balfego, Discefa, Maruha Nichiro, mowi, Nordic Seafood, Pescanova, ProChile, Seafood Expo Global Seafood Brasil

 
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