O eco das nossas ações: é hora de repensar o comportamento humano
Comercialização

O eco das nossas ações: é hora de repensar o comportamento humano

Por Paulo Solmucci, presidente-executivo da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel)*

22 de fevereiro de 2025

Participe agora do grupo da Seafood Brasil no WhatsApp e receba as principais notícias do setor de pescado. Clique aqui e junte-se a nós!

*Artigo escrito para o Anuário Seafood Brasil #55

A imprensa de qualidade alerta globalmente: as calotas polares e geleiras estão derretendo, fazendo o nível dos mares subir e tornando mais e mais frequentes as inundações em áreas costeiras. Neste contexto, a contínua emissão de gases de efeito estufa ainda forma algo como um cobertor celestial cada vez mais grosso e espesso, espacialmente cobrindo a Terra. Dentre eles, o mais conhecido que tece esse invisível cobertor é o dióxido de carbono (CO₂).

Ou seja, quanto mais gases são emitidos na Terra, mais espesso será o cobertor, aprisionando o calor na atmosfera - afinal, impede-se que parte da radiação solar escape para o espaço, resultando no aumento da temperatura média do planeta. Além do CO₂, outros gases que contribuem significativamente para o aquecimento global são o metano (CH₄), o óxido nitroso (N₂O) e os clorofluorcarbonetos (CFCs).

O rápido aumento da concentração de CO₂ na atmosfera decorre da intensificação das atividades humanas, como a queima de combustíveis fósseis, incluindo petróleo, carvão e gás natural. E uma das principais consequências desse efeito é a acidificação dos oceanos, afetando negativamente a vida marinha (corais, moluscos, crustáceos), que com o aquecimento das águas, pode levar à perda de oxigênio e ao surgimento de zonas mortas nos oceanos.

Sendo assim, os mares tornam-se cada vez mais ácidos e o derretimento das geleiras e das calotas polares. Por isso, o aquecimento global provoca frequentemente desastres como severas e prolongadas secas, incêndios florestais, chuvas torrenciais e inundações, às vezes diluvianas, como as ocorridas em maio deste ano, no Rio Grande do Sul. Esses eventos climáticos são resultados de interações entre massas de ar, como aquela úmida e quente vinda do Norte brasileiro, que se choca com a massa de ar frio e seco, vinda da Antártida.

Essas chocantes e recorrentes interações entre massas de ar, com características térmicas e de umidade opostas, deram origem às inundações diluvianas no Rio Grande do Sul, que por sua vez, poderia ter ocorrido em qualquer outra parte do Brasil ou do planeta. Afinal, vivemos na era das tragédias climáticas imponderáveis, situações essas que mostram que as lições de urbanismo não foram amplamente aplicadas.

Quanto pior a infraestrutura urbana, maior o desastre. Nas cidades brasileiras, não é incomum trafegarmos por avenidas absurdamente pavimentadas sobre cursos d'água, com muitas dessas vias, ladeando ou encobrindo com asfalto córregos ou rios canalizados. Nenhuma dessas ruas ou avenidas resistiria às forças e intensidades das chuvas nas terras gaúchas, justamente porque no Brasil, a grande maioria das cidades não está imune a tais ocorrências.

A mensagem que os eventos climáticos nos transmitem é clara: chegou, sem mais adiamentos, o momento de encontrarmos uma nova forma de viver. Foi assim que Nova York, ao lidar com as eternas e indeléveis dores dos atentados de 11 de setembro de 2001, criou o monumento em homenagem às vítimas dos ataques, com a inscrição dos quase três mil nomes. Ao elaborar em seus corpos e mentes as vitórias e tragédias do passado, as pessoas aprenderam a encontrar caminhos mais pacíficos, seguros e humanos rumo a um futuro de bem-estar geral.

 

Este texto faz parte da série de artigos publicados no Anuário Seafood Brasil #55. Para ler este e outros artigos na íntegra presentes nesta edição, clique aqui.


Quer ficar por dentro dessas e outras notícias do universo do pescado? Acesse nossa seção de notícias e também não deixe de seguir os perfis das Seafood Brasil no Instagramno Facebook e no YouTube!


Crédito imagem texto: Divulgação
Créditos imagem: Canva

55, Abrasel, Anuário, artigo, Paulo Solmucci, seafood brasil

 
publicidade 980x90 bares
 

Notícias do Pescado

 

 

 
SeafoodBrasil 2019(c) todos os direitos reservados. Desenvolvido por BR3